Amarante: Obras provocam quebras no comércio tradicional

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As obras em curso no centro da cidade têm provocado quebras nas vendas superiores a 50 por cento e o encerramento de várias lojas, alertam os comerciantes de Amarante, que, em declarações à Lusa, dizem-se “cansados desta confusão” e queixam-se da «fuga» dos clientes.

As obras de requalificação no Largo Conselheiro António Cândido, conhecido como Largo do Arquinho, em pleno centro histórico da cidade, decorrem há mais de um ano e obrigaram, nos últimos meses, ao corte completo da circulação rodoviária.

Para muitos comerciantes ouvidos pela Lusa, esta situação tem-se arrastado por demasiado tempo, tornando quase impossível a tarefa de manter abertos os estabelecimentos, a maioria de pequena dimensão. “É verdade, temos uma queda acentuada, muito acima dos 50 por cento”, afirmou Maria do Carmo, proprietária de uma loja que vende sistemas de aquecimento.

Joaquim Pinha, proprietário de um salão de cabeleireiros aberto há 27 anos, também admite quebras acentuadas no volume do negócio, mas lembra que após as obras outro problema vai surgir. O comerciante diz estar preocupado com o projecto em curso e a anunciada supressão de vários lugares de estacionamento.

A Associação Empresarial de Amarante (AEA) também está descontente, garantindo que a forma como estão a ser realizadas as obras não está a corresponder ao prometido pela câmara. Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEA, disse à Lusa que o tempo de interrupção do trânsito está a ser superior ao anunciado previamente pela autarquia.

No âmbito destes contactos com a autarquia, disse, conseguiu-se garantir a colocação de um corredor provisório em alcatrão que assegurasse a circulação rodoviária. Esta solução assegura também a passagem no Arquinho de um comboio turístico que a AEA contratou para a promoção comércio nesta quadra natalícia.

No entanto, o tapete betuminoso provisório não suscita grande entusiasmo em vários lojistas ouvidos pela Lusa, porque se receia que possa atrasar ainda mais a conclusão das obras. Alegam também os comerciantes que a solução garante a passagem de viaturas, mas não o estacionamento de potenciais clientes.

O presidente da Câmara, Armindo Abreu (PS) disse à Lusa que compreende o descontentamento dos comerciantes, mas garante que não há atrasos na obra. No entanto, admite que o corte no trânsito foi mais prolongado do que o previsto, o que atribuiu às dificuldades nas obras, sobretudo nas infra-estruturas associadas à linha de água que passa no subsolo.

O autarca referiu que a abertura do referido corredor em betuminoso nesta quadra do Natal foi uma solução que procurou minimizar os prejuízos dos comerciantes e melhorar a circulação rodoviária na cidade e assegurou que o termo dos trabalhos está previsto para Janeiro de 2010, tendo-se já entrado na fase final.

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