Um índice europeu analisou o desempenho ambiental de 30 capitais europeias para chegar à conclusão que Copenhaga, actualmente palco daquela que é já considerada a mais importante cimeira ambiental deste milénio, é a cidade mais «verde». Lisboa ficou em 18º lugar.
Realizado pela Economist Intelligence Unit, o Índice analisou oito indicadores (emissões, energia, edifícios, transportes, água, lixo e uso do solo, qualidade do ar e governação ambiental) e os futuros compromissos de redução do impacto ambiental” em 30 metrópoles, que no total deram à capital dinamarquesa um valor de 87,31 pontos em 100 possíveis. Lisboa recebeu 57,25, ficando “aquém dos valores obtidos por outras capitais de rendimento médio e clima quente”, como Madrid (67,08) ou Roma (62,58).
Os segundo e terceiro lugares do pódio são também ocupados por países nórdicos, nomeadamente Estocolmo, com 86,65 pontos, e Oslo, com 83,98, seguidos de Viena (83,34), Amesterdão (83,03) e Zurique (82,31), que ocupam o quarto, quinto e sexto lugar, respectivamente.
O resultado, que hoje foi conhecido na íntegra durante a cimeira da ONU sobre o clima de Copenhaga – onde segunda-feira 192 países começaram a negociar um novo acordo climático – coloca a cidade anfitriã na segunda posição nos domínios de consumo energético e governação ambiental.
Já o ranking das emissões de dióxido de carbono (CO2) é liderado por Oslo, seguida de Estocolmo e Zurique. Com “7,5 toneladas de C02 emitidos por capita”, Lisboa ocupa a modesta 22ª posição, “longe da média de 5,2 toneladas das outras cidades”, refere o estudo, explicando que tal deve-se ao “grande volume de veículos que entram em Lisboa diariamente” e a uma “rede de transportes públicos ineficaz”.
A área da energia, onde a capital portuguesa obteve a seu melhor classificação (9ª posição) graças “ao terceiro consumo energético mais baixo depois de Istambul e Belgrado, é liderada por Oslo, a única cidade a aparecer por duas ocasiões no topo da lista. O “fácil acesso dos moradores a meios alternativos de transporte” e uma “política ambiental que incentiva o seu uso” colocaram Estocolmo no topo da categoria dos transportes, onde Lisboa aparece na 25ª posição, antes de Praga, Sofia, Bucareste, Belgrado e Dublin.
Apesar da “fraca classificação” da capital portuguesa, o estudo salienta que os transportes públicos (comboio, metro e autocarros) são “utilizados por 44 por cento dos lisboetas, um pouco mais do que a média”.
No que diz respeito a agua, área onde Amesterdão apresenta os melhores resultados, seguido de Viena e Berlim, Lisboa aparece em 24ª posição. Segundo o índice, embora a capital apareça na 16ª posição em termos de consumo, as “perdas devido a rupturas no sistema de abastecimento e a quase inexistência de políticas de eficiência” retiraram-lhe pontos. A “falta de políticas relativas à redução do lixo, à reciclagem e a reutilização” colocam Lisboa na 22ª posição na domínio do lixo e uso do solo, que é liderada por Amesterdão, seguido de Zurique e Helsínquia.
Lisboa obteve a sua segunda melhor classificação (12ª posição) na área da governação ambiental devido a “existência de planos de acção para a sustentabilidade ambiental”, numa lista onde Bruxelas, Copenhaga, Helsínquia e Estocolmo ‘dividem os louros’.
O ‘índice verde’ salienta a “forte correlação” que existe entre cidades com maior PIB per capita e o bom desempenho ambiental, riqueza que lhes permite “investir com maior facilidade em infra-estruturas energeticamente eficientes e politicas ambientais mais ambiciosas”.