Os animais de companhia que sejam infectados com o vírus da gripe A H1N1, como papagaios e periquitos, não podem transmitir esta doença ao Homem, esclareceu hoje fonte do Ministério da Agricultura.
"A gripe A H1N1 é uma doença de saúde que só se transmite de pessoa para pessoa. Os animais de companhia que possam ter o vírus não o podem transmitir ao Homem", afirmou hoje à Agência Lusa fonte daquele ministério, que tutela a Direcção-Geral de Veterinária (DGV).
Nem todos os animais de companhia podem ser infectados por aquela estirpe do vírus da gripe A.
Segundo a DGV, as aves (papagaios, periquitos, aves canoras) e em especial os porcos-anões podem ser infectados, mas os cães e os gatos não correm esse risco, até porque o vírus da gripe que circula nos cães é predominantemente do subtipo H3N8.
Em Portugal, os animais de companhia mais comuns são o cão e gato, mas existem muitos povos no mundo que têm porcos-anões (vietnamitas) como animais de companhia, como nos Estados Unidos.
Até ao momento, segundo a DGV, não existe qualquer caso assinalado de contágio de animais de companhia pela nova estirpe de H1N1, nem qualquer registo ou notificação de casos de infecção de cães ou de gatos pelo H1N1, em qualquer ponto do globo.
Quanto ao risco de transmissão da infecção destes animais domésticos para o Homem, a DGV refere que a transmissão dos vírus da gripe A dos cães e dos gatos aos humanos "nunca foi assinalada".
Mas não existem ainda dados científicos consistentes para explicar a ausência de infecção dos cães e dos gatos por H1N1.
"Provavelmente é um facto que decorre da ausência de receptores específicos no tracto respiratório dos carnívoros domésticos que permitam a 'acoplagem' deste vírus à mucosa respiratória (factor H-Hemaglutinina). Os vírus adaptados ao Homem não têm afinidade para espécies que são filogeneticamente mais distantes, como é caso dos carnívoros domésticos", explicou fonte da DGV.
Contas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a gripe A (H1N1) já matou mais de 700 pessoas em todo o mundo, indiciando que o novo vírus se propaga a uma velocidade "sem precedentes" relativamente a outras epidemias.