Nos primeiros seis meses do ano, o número de trabalhadores com salários em atraso detectados pelos inspectores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) ultrapassou os 10 mil, revelou à agência Lusa o inspector-geral. De acordo com Paulo Morgado de Carvalho, até ao final de Junho foram detectados salários em atraso ou pagos abaixo do mínimo definido por lei ou convenções colectivas, em 10.608 trabalhadores.
Comparando com o mesmo período do ano anterior, a ACT encontrou mais 3.277 trabalhadores com salários em atraso, face aos 7.331 registados em 2008.
De Janeiro a Junho, entre as 10.938 empresas inspeccionadas, a ACT encontrou dívidas de 6,7 milhões de euros aos trabalhadores.
No primeiro semestre do ano passado, o montante relativo a 8.225 estabelecimentos visitados tinha sido de 4,7 milhões de euros, o que representa uma subida de mais de 40 por cento no primeiro semestre deste ano em termos de montantes devidos aos trabalhadores, num crescimento de dois milhões de euros.
Os sectores detectados com mais montantes em dívida aos trabalhadores foram a construção civil (com salários em atraso no montante de 1,5 milhões de euros) e a banca (614 mil euros).
A par da falta de pagamento aos trabalhadores, as empresas acumularam também 1,5 milhões de euros de dívidas à Segurança Social, mais 449 mil euros do que o detectado há um ano atrás.
Nesta matéria, o comércio por grosso, a indústria hoteleira e a indústria química são os sectores onde se observaram mais irregularidades em termos de contribuições à Segurança Social.
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