O Presidente da República justificou a decisão de marcar as legislativas para 27 de Setembro, argumentando que não podia “deixar de atender aos argumentos apresentados pelos partidos”, já que apenas o PSD defendeu a simultaneidade com as autárquicas.
“Entendo que, em matéria de marcação de eleições, a opinião dos partidos políticos deve ser especialmente considerada pelo Presidente da República. Não posso deixar de atender aos argumentos apresentados pelos partidos, pois são eles que irão disputar as eleições”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa declaração ao país.
O Presidente da República sublinhou que a sua decisão de marcar as legislativas para 27 de Setembro foi tomada após a audição dos partidos com assento parlamentar, dos quais “cinco pronunciaram-se categoricamente contra a realização em simultâneo das eleições autárquicas e das eleições legislativas.
“Apenas um partido sustentou que essas eleições deveriam ter lugar no mesmo dia”, lembrou, referindo-se ao PSD.
Por outro lado, acrescentou o chefe de Estado, todos os partidos disseram que, caso as eleições não fossem simultâneas, “eram favoráveis a que as eleições legislativas se realizassem no dia 27 de Setembro”.
“Decidi marcar a data de realização das eleições dos Deputados à Assembleia da República para o próximo dia 27 de Setembro”, anunciou Cavaco Silva.
Na sua declaração, e tendo em conta a aproximação dos dois actos eleitorais (eleições legislativas a 27 de Setembro e autárquicas a 11 de Outubro), Cavaco Silva voltou a apelar a que as campanhas eleitorais decorram com “serenidade e com elevação”, fazendo votos para que “sejam discutidos os problemas reais que preocupam os Portugueses”.
“A todos os cidadãos, apelo a que participem nas duas eleições que irão realizar-se depois do Verão, pois está em causa o seu futuro e o futuro de Portugal. Votar é um dever cívico e um acto de responsabilidade", enfatizou ainda o Presidente da República.
O Governo anunciou na sexta-feira que decidiu marcar a data das próximas eleições autárquicas para o dia 11 de Outubro.
O Governo justificou a escolha dizendo que aquela data “foi referida nas preferências de todos os partidos políticos que, nos termos da lei, foram previamente ouvidos sobre esta matéria”.