Há oito meses que as gentes da Ribeirinha vivem sem umas das alegrias da pequena aldeia transmontana e poucos são já os que acreditam que o comboio volte a apitar na linha do Tua, apesar de todos lhe sentirem a falta. “O que mais nos alegrava era a linha do comboio e o rio”, exclama Maria Virgínia Teixeira olhando para a linha, junto à estação da Ribeirinha, como se a qualquer momento pudesse ouvir de novo o som do comboio a aproximar-se. Há quase oito meses que escuta mas não ouve nada e Virgínia explica à Lusa “como o comboio faz aqui muita falta”.
“A gente vê-se neste poço sem ninguém”, diz. O poço é a aldeia que fica lá ao fundo, junto ao rio Tua, e de onde agora só têm como alternativa para sair, um táxi ao serviço da CP que faz o transporte em alternativa à carruagem do Metro de Mirandela, que não circula desde o acidente de 22 de Agosto.
Mas o táxi “não é a mesma coisa”. “Agora temos de sair às sete e cinco da manhã e vir só outra vez à noite, não dá”, diz Maria Adelaide, outra habitante da Ribeirinha, um das localidades do concelho de Vila Flor servida pela linha do Tua, que passa também nos concelhos de Mirandela e Carrazeda de Ansiães. O táxi ao serviço da CP não faz as quatro viagens do comboio em todas as localidades, pelo que algumas, como a Ribeirinha, ficarem com menos alternativas para deslocação.
“Somos obrigados a comprar as coisas aqui mais caras. Dantes comprávamos mais em conta (em Mirandela) e ainda íamos passear porque esta linha é muito interessante”, contou Maria Virgínia. “Está fechada e vai continuar fechada, eles fazem a barragem (de Foz Tua) e pronto. A linha só dá prejuízo e não querem saber.”, quem fala assim é Júlio, o filho de Maria Adelaide, que já não acredita que o comboio volte a passar na Ribeirinha. “Só se for para o levarem para baixo”, brincou. Maria Adelaide conta que “antes de se falar da barragem e antes destes desastres, de Maio em diante andava sempre tudo cheio até parte de Setembro”.
Já para Virgínia Teixeira, “agora há estes acidentes”- quatro com outras tantas vítimas mortais em menos de dois anos- “porque o metro é muito levezinho”. “Dantes eram aquelas motoras pesadas, lá “desencarrilhavam”, mas acidentes como estes, não”, contou. A Lusa apanhou um dos táxis alternativos ao comboio em Abreiro, no concelho de Mirandela. Cinco minutos antes das cinco da tarde de um sábado, pára no cruzamento da estação de Abreiro, em plena estrada, a mais de um quilómetro da aldeia, a viatura conduzida por Teresa Lopes, com três passageiros. Estão a fazer o percurso entre Mirandela e o Tua e nestas viagens o comboio é um tema recorrente, garante a condutora. Fervoroso adepto do comboio e passageiro habitual de fim-de-semana do Porto para Abreiro, Teixeira faz a comparação: “O IP4 também é uma grande estrada, também lá há muitos acidentes e toda a gente lá passa”.
Calado no meio da discussão, ao jovem Ricardo “calhou” o táxi em mais uma viagem de Lisboa para Trás-os-Montes para ver a avó. “Gostava mais do comboio por causa da paisagem”, mas não tem “problemas” com a alternativa. No táxi ninguém cobra bilhete e até há já quem tenha conseguido algumas “borlas”, porque chegados à estação de destino, afinal só paga quem quiser, como contou à Lusa Idalina Lima, habitante de Abreiro.
Nesta localidade, o táxi passa quatro vezes por dia, como fazia o comboio, e até tem facilitado a vida aos passageiros, permitindo que entrem e saiam na aldeia, pois a estação fica a um quilómetro e meio. Vai valendo a estas gentes o autocarro escolar que sempre é uma alternativa para encurtar os 25 quilómetros que os separam da sede de concelho, Mirandela, onde tem de “ir para tudo”.
“Mas apenas quando há escola”, realça, porque nas férias escolares não têm qualquer alternativa de transporte público.
“A gente vê-se neste poço sem ninguém”, diz. O poço é a aldeia que fica lá ao fundo, junto ao rio Tua, e de onde agora só têm como alternativa para sair, um táxi ao serviço da CP que faz o transporte em alternativa à carruagem do Metro de Mirandela, que não circula desde o acidente de 22 de Agosto.
Mas o táxi “não é a mesma coisa”. “Agora temos de sair às sete e cinco da manhã e vir só outra vez à noite, não dá”, diz Maria Adelaide, outra habitante da Ribeirinha, um das localidades do concelho de Vila Flor servida pela linha do Tua, que passa também nos concelhos de Mirandela e Carrazeda de Ansiães. O táxi ao serviço da CP não faz as quatro viagens do comboio em todas as localidades, pelo que algumas, como a Ribeirinha, ficarem com menos alternativas para deslocação.
“Somos obrigados a comprar as coisas aqui mais caras. Dantes comprávamos mais em conta (em Mirandela) e ainda íamos passear porque esta linha é muito interessante”, contou Maria Virgínia. “Está fechada e vai continuar fechada, eles fazem a barragem (de Foz Tua) e pronto. A linha só dá prejuízo e não querem saber.”, quem fala assim é Júlio, o filho de Maria Adelaide, que já não acredita que o comboio volte a passar na Ribeirinha. “Só se for para o levarem para baixo”, brincou. Maria Adelaide conta que “antes de se falar da barragem e antes destes desastres, de Maio em diante andava sempre tudo cheio até parte de Setembro”.
Já para Virgínia Teixeira, “agora há estes acidentes”- quatro com outras tantas vítimas mortais em menos de dois anos- “porque o metro é muito levezinho”. “Dantes eram aquelas motoras pesadas, lá “desencarrilhavam”, mas acidentes como estes, não”, contou. A Lusa apanhou um dos táxis alternativos ao comboio em Abreiro, no concelho de Mirandela. Cinco minutos antes das cinco da tarde de um sábado, pára no cruzamento da estação de Abreiro, em plena estrada, a mais de um quilómetro da aldeia, a viatura conduzida por Teresa Lopes, com três passageiros. Estão a fazer o percurso entre Mirandela e o Tua e nestas viagens o comboio é um tema recorrente, garante a condutora. Fervoroso adepto do comboio e passageiro habitual de fim-de-semana do Porto para Abreiro, Teixeira faz a comparação: “O IP4 também é uma grande estrada, também lá há muitos acidentes e toda a gente lá passa”.
Calado no meio da discussão, ao jovem Ricardo “calhou” o táxi em mais uma viagem de Lisboa para Trás-os-Montes para ver a avó. “Gostava mais do comboio por causa da paisagem”, mas não tem “problemas” com a alternativa. No táxi ninguém cobra bilhete e até há já quem tenha conseguido algumas “borlas”, porque chegados à estação de destino, afinal só paga quem quiser, como contou à Lusa Idalina Lima, habitante de Abreiro.
Nesta localidade, o táxi passa quatro vezes por dia, como fazia o comboio, e até tem facilitado a vida aos passageiros, permitindo que entrem e saiam na aldeia, pois a estação fica a um quilómetro e meio. Vai valendo a estas gentes o autocarro escolar que sempre é uma alternativa para encurtar os 25 quilómetros que os separam da sede de concelho, Mirandela, onde tem de “ir para tudo”.
“Mas apenas quando há escola”, realça, porque nas férias escolares não têm qualquer alternativa de transporte público.