«Golpes de Mão’s», um livro de memórias da guerra, é a primeira obra de José Eduardo dos Reis Oliveira. Ao longo de 440 páginas, onde estão incluídas muitas fotografias, o autor recorda a sua passagem pela guerra na Guiné, nos anos de 1964 e 1965.
O livro “Golpes de Mão’s” é uma obra escrita a “dois tempos”. É assim que José Eduardo dos Reis de Oliveira explica, em comunicado, como nasceu “Golpes de Mão’s – Memórias de Guerra”. Tudo começou em 1964-65, tendo como fonte um diário onde, na altura, o autor foi registando a dia a dia dos militares da Companhia de Caçadores 675 e, mais recentemente, em 2007-08, tendo como palco um Portugal diferente “mas com feridas de guerra ainda mal cicatrizadas”, pode ler-se no comunicado de imprensa.
O livro vai ser lançado no dia 2 de Maio no Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, cidade natal do autor, e vai contar com uma presença muito especial: o guineense João Turé que tinha oito anos quando a Companhia de Caçadores 675 esteve em Binta, região do norte da Guiné. O seu testemunho é uma das histórias extraordinárias que enriquece “Golpes de Mão’s”, cuja apresentação estará a cargo do historiador Rui Rasquilho.
São 440 páginas, onde saltam à vista 190 fotografias e vários mapas, e cujo prefácio foi escrito pelo Tenente General Alípio Tomé Pinto, Comandante da C. Caç. 675 nos anos retratados.
Para o escritor, “a principal mensagem deste livro é a de que, nos idos de 1966, a paz era (e foi) possível durante algum tempo na zona da Guiné onde esteve”, algo que José Eduardo Reis de Oliveira espera passar às novas gerações. “As novas gerações não o sabem. Nos teatros de guerra de Angola, Guiné e Moçambique não houve só tiros, morte e destruição. Ficaram testemunhos de paz, de fraternidade, de harmonia e amizade” refere.
O lançamento deste livro irá também ser assinalado no dia 10 de Maio, em Évora, no antigo quartel do Regimento de Infantaria 16, local de onde, ao fim da manhã de 8 de Maio de 1964, os militares da Companhia de Caçadores 675 partiram de comboio para Lisboa para depois embarcaram no “UIGE” a caminho da Guiné.