Milhões de sul-africanos começaram a votar às 07:00 locais (06:00 de Lisboa) em todo o país para escolher os novos representantes na Assembleia Nacional, no Conselho Nacional das Províncias e nos parlamentos provinciais.
Segundo a Constituição sul-africana, o partido mais votado a nível nacional nomeará o presidente da República (que chefiará também o executivo por ele escolhido), o mesmo sucedendo nas nove províncias, que são por sua vez governadas por um executivo provincial chefiado por um “premier”, a designação do chefe do governo local.
De acordo com números da Comissão Eleitoral Independente (IEC), estão recenseados mais de 23 milhões de eleitores (23.181.997) , dos quais cerca de 86 mil puderam votar nos últimos dois dias na qualidade de “votantes especiais” (na sua maioria pessoas com limitações físicas incapazes de se deslocarem às assembleias de votos) e outros 16.240 nos consulados sul-africanos espalhados pelo mundo.
A máquina eleitoral sul-africana conta com 19 mil assembleias de voto em todo o território, nas quais estarão de serviço cerca de 200 mil funcionários da comissão eleitoral.
Às eleições nacionais concorrem 26 partidos que lutam pelo controlo dos 400 assentos da Assembleia Nacional.
O Congresso Nacional Africano (ANC), que se perfila como o mais provável vencedor das eleições, detém no actual parlamento 297 dos 400 assentos (correspondentes a 74,25 por cento dos votos) , enquanto a Aliança Democrática (DA) é a oposição oficial com 47 assentos, correspondentes a 11,75 por cento dos votos nas últimas eleições, em 2004.
A “novidade” nestas eleições, que o IEC prevê serem as mais participadas desde 1994, é o recém-formado Congresso do Povo (COPE), uma formação política fundada por dissidentes do ANC e que não concorda com a linha imposta pelo líder do partido no poder, Jacob Zuma.
A decorrerem em ambiente de calma absoluta desde a abertura das urnas, as eleições sul-africanas estão a ser fiscalizadas por 4.900 observadores internos, 355 internacionais (na sua maioria da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC), e 358 diplomatas de 61 países que requereram estatuto de observadores, segundo números avançados pela comissão eleitoral.
As urnas encerram às 21:00 horas locais (20:00 horas de Lisboa) e os resultados deverão começar a ser divulgados durante a noite. A IEC não fez previsões exactas quando ao anúncio dos resultados finais, afirmando que tudo dependerá do número e complexidade das reclamações e outras circunstâncias imprevisíveis, mas adiantou que os números finais estarão apurados até sexta-feira.