O secretário-geral do PS, José Sócrates, apontou hoje a abstenção como “o principal adversário” nas eleições europeias, pedindo uma Europa “mais forte” para enfrentar a crise.
“O nosso principal adversário é a abstenção. Aqui estamos a fazer campanha pela Europa, para dizer aos portugueses que nunca Portugal precisou tanto como agora da Europa”, afirmou José Sócrates, durante a sua intervenção no Fórum Novas Fronteiras, em Lisboa, onde foi apresentada a lista dos candidatos do PS ao Parlamento Europeu.
O líder socialista e primeiro-ministro destacou que “a Europa protege-nos da crise” e que “em conjunto com os outros respondemos melhor”.
Numa altura de crise mundial, os europeus precisam de “uma Europa mais forte”, mas “todo o Mundo precisa de uma Europa com mais voz, com mais influência, com mais presença”, sublinhou.
E isso, salientou Sócrates, “faz-se com mais adesão nas eleições europeias”.
“Um inimigo para quem acha que as eleições são um elemento fundamental da cidadania”, é como o cabeça-de-lista do PS ao Parlamento Europeu descreve a abstenção.
“Uma das minhas tarefas tem sido pôr em relevo a importância da União Europeia, do Parlamento Europeu, das eleições europeias para a nossa vida quotidiana, porque os nossos interesses dependem das leis europeias em tanta coisa e os cidadãos nem se dão conta”, argumentou Vital Moreira.
O candidato do PS salientou, no entanto, que a abstenção nas eleições europeias – em Portugal costuma rondar os 60 por cento – “não é um problema português”.
“A cidadania custa a construir. Implica esforço, consciencialização, informação, preocupação, interesse, investimento, dos partidos, das organizações, dos sindicatos, dos media e dos cidadãos. Eu faço a minha parte, como candidato”, destacou.
Também o antigo Presidente da República e dirigente do PS Jorge Sampaio defendeu ser “imperioso e urgente mobilizar os cidadãos”, lembrando que em Portugal o “desinteresse é manifestado por 60 por cento da população”.
“É muito. É escandalosamente demais para um país que deve à Europa a sua modernização e muito da sua credibilidade internacional”, sustentou Jorge Sampaio, na sua intervenção durante o encontro das Novas Fronteiras.