O Sporting vai abandonar a Direcção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), anunciou hoje à Agência Lusa o presidente do clube lisboeta, Filipe Soares Franco, na sequência da arbitragem da final da Taça da Liga.
"O Sporting escreveu hoje a carta de renúncia ao cargo. É um acumular de situações que culminou com esta última exibição no Estádio Algarve e com as patéticas declarações do árbitro e do juiz de linha e o silêncio sepulcral, até hoje, do presidente da Comissão de Arbitragem da Liga [Vítor Pereira]", explicou Soares Franco.
O presidente do Sporting referia-se à actuação do árbitro Lucílio Baptista na final da Taça da Liga de futebol, disputada sábado, ao assinalar uma grande penalidade inexistente que permitiu ao Benfica empatar 1-1, acabando os "encarnados" por se impor no desempate por grandes penalidades, por 3-2.
Soares Franco assegurou que a decisão de abandonar a Direcção da Liga é "irreversível" e defendeu, em comunicado publicado na página oficial do clube "leonino", que o Sporting só deve voltar a ocupar o cargo quando "os três maiores clubes de Portugal aceitarem entrar na Direcção".
"O facto de o Sporting se manter na Direcção da Liga implica que se mantém mais uma vez conivente com a actuação de todos os órgãos sociais da Liga. Não podemos estar a dar cobertura à gestão e ao comportamento de determinados órgãos da Liga com os quais estamos frontalmente em desacordo", justificou à Lusa.
Para o presidente do clube de Alvalade, que integra a Direcção da LPFP em conjunto com Boavista, Beira-Mar, Vitória de Guimaraes, União de Leiria, Marítimo, Desportivo de Chaves, Leixões, Rio Ave e Vitória de Setúbal, o desempenho de Lucílio Baptista na final da Taça da Liga foi a "gota de água".
"Não há condições para o Sporting poder participar na Direcção da Liga de clubes, atendendo a que o nosso contributo foi desvalorizado. Estar ou não estar, não altera em nada a posição do Sporting", observou Soares Franco no site do clube.
O presidente do clube de Alvalade recomenda ainda que "o Sporting só volte à Direcção da Liga de Clubes quando os três maiores clubes de Portugal aceitarem entrar na Direcção".
O director de comunicação dos "leões" considerou que as declarações de Paes António, assistente de Lucílio Baptista – que já reconheceu publicamente ter errado -, "são a machadada final neste processo podre", em outra nota publicada na página oficial do Sporting.
"Temos a certeza que agiria da mesma forma no penalti a favor do Benfica, como temos a certeza que agiria da mesma forma se voltasse a ter que validar um golo com a mão marcado contra o Sporting, como o fez no golo do Paços de Ferreira em Alvalade, juntamente com o João Ferreira, logo esse!", denunciou Miguel Salema Garção.
Paes António afirmou, em declarações à Rádio Renascença, que no relvado não teve dúvidas sobre a existência de grande penalidade e, se visse um lance idêntico, ficaria com a mesma ideia e tomaria a mesma decisão, revelando que disse a Lucílio Baptista que a jogada era merecedora de castigo máximo.
"O que mais impressiona é que o Presidente da Comissão de Arbitragem esteja calado e não ponha cobro a este triste e degradante espectáculo. Neste momento, deve haver muito poucos árbitros com condições para arbitrar, tendo em conta a, agora notória, reacção corporativa contra um clube que comete o grave pecado de não pressionar ninguém, nem pedir reuniões a uma Comissão de Arbitragem em que não acredita", lamentou Salema Garção.
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