A vitória do ‘sim’ no referendo do passado domingo, dia 15 de Fevereiro, na Suíça, sobre o acordo de livre circulação com os países da União Europeia, tranquilizou os portugueses ali radicados, segundo disse à Agência Lusa, uma pessoa próxima da comunidade.
De acordo com o Conselheiro das Comunidades Portuguesas Manuel Beja, que também é membro da Comissão Permanente do CCP, “houve situações durante esta campanha para o referendo que criaram alguns receios na comunidade portuguesa, que, de resto, nem era visada nesta consulta, que se referia particularmente a cidadãos da Bulgária e da Roménia. Com a vitória do ‘sim’, todos ficaram mais tranquilos”, garantiu Manuel Beja.
O Conselheiro destacou ainda que a participação no referendo do passado domingo atin-giu os 52 por cento – “o que na Suíça já é significativo”, lembrou – tendo o ‘sim’ arrecadado cerca de 60 por cento dos votos, contra os 40 por cento do ‘não’.
Na opinião de Manuel Beja, “o referendo veio reforçar o acordo de livre circulação de pessoas entre a Suíça e a União Europeia, tendo a particularidade de manter um relacionamento saudável entre as instituições suíças e europeias”.
O quinto referendo desde 2000
O Conselheiro das Comunidades Portuguesas lembrou ainda que o referendo de domingo foi o quinto desde 2000, quando os suíços aprovaram um acordo entre o seu país e a União Europeia sobre a livre circulação de pessoas.
Depois da entrada em vigor do acordo, em 2002, as forças suíças mais conservadoras têm procurado pôr esse relacionamento em causa com a realização de novos referendos, mas, até agora, as quatro consultas realizadas sempre reforçaram o entendimento em vi-gor entre a Suíça e a União Europeia.
O Embaixador de Portugal na Suíça, Eurico Paes, informou que os trabalhadores estrangeiros representam “cerca de 40 por cento da força de trabalho” naquele país, havendo “sectores inteiros em que a maioria dos trabalhadores são estrangeiros, como os serviços hoteleiros”.