Governo: Sócrates garante que usará todos os recursos possíveis para auxiliar empresas, trabalhadore

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O primeiro-ministro garantiu que o Governo usará todos os recursos ao seu alcance para auxiliar empresas, trabalhadores e famílias em 2009 – ano "difícil e exigente" -, numa mensagem de Natal dedicada à crise internacional.

Na sua mensagem de Natal, José Sócrates optou desta vez por se dirigir de pé aos portugueses, rompendo uma tradição em que o chefe de Governo surgia sentado.

Numa das várias referências que fez à actual conjuntura internacional económica e financeira, o primeiro-ministro sublinhou que o ano de 2009 vai ser "difícil e exigente para todos", razão pela qual o dever do seu Governo é "não ficar à espera que os problemas se resolvam por si próprios".

"Pela minha parte, e pela parte do Governo, quero garantir-vos que não temos outra orientação que não seja defender o interesse nacional neste momento particularmente difícil. E defender o interesse nacional é usar todos os recursos ao nosso alcance, com rigor, sentido de responsabilidade e iniciativa, para ajudar as famílias, os trabalhadores e as empresas a superarem as dificuldades, e para incentivar o investimento económico que gera riqueza e emprego", disse.

Além da garantia de acção perante a crise, usando para tal todos os meios possíveis ao alcance do Estado, José Sócrates pretendeu também deixar uma mensagem de "esperança" em relação ao futuro e de "confiança" face aos próximos desafios resultantes da "grave crise económica e financeira" mundial.

"Os seus efeitos já se sentem também em Portugal. Mas a verdade é que, nos últimos três anos, o país ultrapassou a crise orçamental e pôs as contas públicas em ordem. Isso permite-nos agora responder melhor às dificuldades económicas que nos chegam de fora. Podemos agora usar mais recursos do Estado para apoiar o emprego, as empresas e as famílias", sustentou.

Neste contexto, Sócrates frisou que "os portugueses podem contar com a determinação do Governo" no presente "momento difícil da Europa e do mundo".

"Determinação no apoio à economia. Determinação, também, na defesa e na promoção do emprego. Mas, determinação, sobretudo, na protecção das famílias, especialmente às famílias de menores rendimentos, protegendo-as das dificuldades que sentem e ajudando-as nas suas despesas principais", acrescentou.

Na mensagem, o primeiro-ministro optou ainda recapitular algumas das medidas tomadas pelo executivo socialista ao longo dos últimos meses como os aumentos do abono de família, da acção social escolar ou os passes para os transportes escolares.

"Foi por isso que criámos as condições para que baixassem os juros com a habitação, generalizámos o complemento solidário para idosos, protegemos as poupanças, aumentámos o salário mínimo e actualizámos os salários da função pública acima da inflação", disse, ainda em referência a medidas tomadas pelo Governo.

Segundo o primeiro-ministro, a orientação do Governo em 2008 – e que prosseguirá em 2009 – visou o "reforço do investimento, apoio à economia e ao emprego e aumento da protecção social".

"Esta é a resposta adequada aos tempos difíceis que vivemos. Hoje, os portugueses compreendem melhor porque foi preciso consolidar as finanças públicas, defender a segurança social pública, reformar os serviços públicos: justamente para que, no momento em que as famílias mais precisam do Estado, o Estado tenha as condições para intervir e ajudar quem precisa", advogou.

Tendo pela frente uma conjuntura difícil, o primeiro-ministro deixou um apelo, dizendo que é precisamente nestes momentos "que se espera de todos uma atitude de confiança, uma capacidade de entreajuda, um sentido de responsabilidade solidário".

"O país precisa dessa atitude, desse empenhamento e dessa determinação", salientou.

Na perspectiva do primeiro-ministro, Portugal tem mesmo "boas razões" para ter confiança.

"Os portugueses já conseguiram enfrentar e resolver uma grave crise orçamental. Saberão agora, com o seu talento e o seu trabalho, superar os efeitos negativos da crise económica internacional", disse.

Depois de pedir aos portugueses "empenhamento e coragem", e de deixar uma mensagem de "profunda solidariedade" em relação aos cidadãos que "sofrem com a doença, a pobreza ou a solidão", o primeiro-ministro saudou especialmente os militares das Forças Armadas e os elementos das forças de segurança que se encontram em missões no estrangeiro.

Como é tradicional nestas mensagens, José Sócrates saudou ainda as comunidades portuguesas "espalhadas pelo mundo, que em todos os continentes mostram a nossa capacidade de trabalho e iniciativa e o nosso carácter pacífico e solidário".

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