A Federação dos Sindicatos da Função Pública garantiu que a adesão global à greve, que hoje levou ao encerramento de escolas, serviços hospitalares e museus, e deixou o lixo na rua de muitas cidades, atingiu os 75 por cento.
"Esta greve nacional ultrapassou as expectativas pois teve uma adesão global de 75 por cento mas chegou aos 100 por cento em muitos locais, o que levou ao encerramento de grandes escolas de Lisboa, de consultas e blocos operatórios de muitos hospitais", disse à agência Lusa a coordenadora da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.
Os efeitos da paralisação sentiram-se particularmente nos serviços de sanemamento, pois a recolha de lixo não foi feita em muitas cidades, salientou a sindicalista.
"A forte adesão a esta greve mostrou bem o descontentamento dos trabalhadores da Função Pública face às leis que têm sido aprovadas para o sector e à desvalorização dos seus salários", disse Ana Avoila.
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública convocou a paralisação nacional para reivindicar melhores salários, vínculos de nomeação para todos os trabalhadores, a revogação do regime de contrato de trabalho em funções públicas, o direito ao trabalho sem mobilidade especial e sem precariedade, carreiras dignas e avaliação justa e sem quotas.
Os sindicatos da Administração Pública da CGTP consideram que os trabalhadores da Função Pública "têm sido simultaneamente sujeitos por este Governo a um intenso ataque aos seus direitos e a condições de vida dignas, com sistemáticas alterações do seu estatuto laboral e com uma drástica redução do poder de compra, resultante da consecutiva degradação dos salários".
Daí que a Federação Nacional dos Sindicatos da Frente Comum apresente como exigência fundamental dos trabalhadores do sector e objectivo primeiro desta greve, a consagração do direito a um aumento intercalar de 0,9 por cento dos salários em 2008 e um aumento de 5 por cento em 2009.
A greve da função pública integrou um Dia Nacional de Luta concovado pela CGTP, que levou a realização de greves, plenários e concentrações por todo o país e sectores de actividade.
O secretário de Estado da Administração Pública vai apresentar às 20:00 o balanço do Governo sobre esta greve.
