Portugueses “enchem”” farmácias para comprar a vacina contra a gripe”

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Em menos de três horas, venderam-se hoje mais de uma centena de vacinas contra a gripe numa única farmácia em Lisboa, uma prova de que os utentes continuam a temer o esgotamento dos stocks e tentam comprá-la logo no primeiro dia de venda.

“Todos os anos tem havido ruptura dos stocks e as pessoas têm medo de perder a vacina. Além disso, muitas vacinas foram prescritas pelos médicos durante o mês de Setembro e as pessoas já tinham a receita com elas”, justifica, em declarações à Lusa, a directora técnica desta farmácia, Elisabete Nisticó.

Com uma sala cheia de pessoas, a responsável admite que os funcionários “não estão a conseguir dar conta do recado com a rapidez que é habitual”.

Para Elisabete Nisticó, a divulgação da vacina da gripe na comunicação social também contribui para que as pessoas acorram às farmácias logo que o produto está disponível, apesar de as receitas prescritas terem um prazo de validade prolongado, para permitir a sua compra até ao fim de Dezembro.

Este ano foram colocadas no mercado 1,6 milhões de doses, com a Direcção-Geral da Saúde a recomendar, como habitualmente, a sua administração à população com mais de 65 anos, aos portadores de doenças crónicas e aos profissionais de saúde.

Uma das novidades é a possibilidade de os utentes receberem as vacinas logo nas farmácias onde as compram, mas a maioria dos 1.500 estabelecimentos portugueses que vai ter este serviço ainda não está preparada.

Segundo um comunicado da Associação Nacional das Farmácias (ANF) enviado à Lusa, a maioria destas farmácias “ainda está a apetrechar-se tecnicamente, com o material necessário, nomeadamente com o kit de suporte básico de vida”.

“Nesta altura, é natural que um número significativo de farmácias, por dificuldades de fornecimento, ainda não esteja em condições de arrancar com o serviço de vacinação”, refere a ANF, que estima que dentro de uma semana a situação esteja resolvida.

Uma excepção à maioria é a Farmácia Uruguai, que só hoje já administrou mais de meia dúzia de vacinas, porque adquiriu por meios próprios um kit de suporte básico de vida.

“São os próprios farmacêuticos que administram as vacinas. Temos uma equipa técnica certificada e a administração da vacina não é nada de transcendente”, comenta a directora técnica Elisabete Nisticó.

Para Margarida Pais, directora da farmácia Santa Cruz, em Lisboa, o serviço de vacinação nas farmácias é uma forma de ir ao encontro das necessidades dos utentes.

“Os utentes têm pena que eu ainda não tenha as condições reunidas para dar vacinas, porque é muito mais cómodo para eles. Compram a vacina e ficam logo despachados. Ainda por cima, no centro de saúde [da zona] estão a fazer marcações [quando não é habitual no caso de vacinas]”, referiu à Lusa a responsável, que em cerca de uma hora vendeu 25 vacinas.

Por seu lado, a directora da farmácia Uruguai lembra também que a vacina da gripe está sujeita a condições especiais de refrigeração para não perder a qualidade.

“Quando comprava a vacina e demorava a ir para casa tinha de trazer uma bolsa com uma placa gelada para que não apanhasse calor pelo caminho. Acho uma óptima ideia que as vacinas sejam dadas nas farmácias”, disse à Lusa Margarida Azevedo, uma utente que há quatro anos compra a vacina sempre no primeiro dia de venda.

Margarida Azevedo não é considerada uma utente prioritária na toma da vacina, mas opta por “prevenir-se”, essencialmente por razões laborais.

“Faço transporte de crianças e não posso faltar ao trabalho. É uma grande responsabilidade e não tenho outro motorista para me substituir”, explica, adiantando que a questão de um possível contágio das crianças também pesa na sua decisão.

O “caos” que hoje se viveu nalgumas farmácias, como descreveram os responsáveis, não é apenas atribuído ao primeiro dia de venda da vacina contra a gripe.

Hoje entra em vigor um novo regime de preços dos medicamentos genéricos, que passam a custar menos 30 por cento, o que contribuiu para dificultar o funcionamento das farmácias, como admite a própria ANF.

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