A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou-se hoje, no Porto, "plenamente convencida" de que todas as escolas estarão operacionais segunda-feira, data do arranque das aulas.
"Estarão todas (as escolas) operacionais. Confio, assim tem acontecido nos últimos três anos", disse Maria de Lurdes Rodrigues, que falava aos jornalistas no final de uma visita que realizou à escola EB 2,3 Leonardo Coimbra, no Porto.
A ministra sublinhou, contudo, que o mais importante neste início do ano lectivo é que Portugal "tem melhores resultados escolares, em todas as escolas, em todos os ciclos e anos de escolaridade".
"É muito importante que este trabalho prossiga, porque ainda há muito a fazer", frisou.
A ministra sustentou ainda "ser necessário que as escolas tenham condições e os professores também".
Maria de Lurdes Rodrigues lembrou que, há 10 anos, a taxa de insucesso escolar era o dobro ou triplo, em alguns anos de escolaridade, daquela que Portugal tem actualmente.
"Finalmente as escolas estão a enfrentar essas dificuldades, estão a fazer o que os relatórios recomendam e os resultados escolares traduzem justamente este esforço", sublinhou.
A governante considerou que "estar a querer diminuir estes resultados é muito negativo para o país", porque Portugal "precisa de fazer mais, muito mais, para ultrapassar o défice da qualificação".
"Não é a insatisfação laboral que explica os resultados escolares, porque se não então teríamos tido um passado de grande insatisfação", concluiu.
Antes de chegar à Escola Leonardo Coimbra, Maria de Lurdes Rodrigues tinha à sua espera cerca de uma dezena de dirigentes do Sindicato dos Professores do Norte (SPN).
Quando terminou a visita à escola, a ministra recebeu das mãos de uma dirigente do SPN uma "posição" em que o sindicato refere que "a resposta aos graves problemas com que o sistema educativo se confronta obriga a um investimento persistente na educação".
"O que passa também pelo recurso a mais docentes e não o seu despedimento ou a sua utilização como mão-de-obra barata, sem qualquer perspectiva de um futuro profissional estável", acrescenta o texto.
O documento do SPN sustenta ainda que "o ano lectivo ainda mal começou e já, em muitas escolas, os professores vêm-se confrontados com horários que ultrapassam as 35 horas semanais, desrespeitando os limites estabelecidos no Memorando de Entendimento assinado".
"Se no horário do docente não for respeitada a componente individual, necessária para a preparação e acompanhamento da actividade lectiva, se a pedagogia não prevalecer sobre a burocracia, a qualidade de ensino será inevitavelmente posta em causa", adverte o texto.
Maria de Lurdes Rodrigues apenas lamentou que os sindicalistas tenham escolhido um "momento de comunicação social" para apresentar a sua posição.
"Era mais fácil conversar tranquilamente em vez de ser num momento com a comunicação social", disse aos dirigentes sindicais.
A Escola Leonardo Coimbra, que Maria de Lurdes Rodrigues hoje visitou, sofreu várias obras de requalificação, nomeadamente pintura exterior e arranjos nos espaços verdes.
A escola começa o ano lectivo na próxima semana, estando a segunda e terça-feiras reservadas para as apresentações.