Ensino da Língua Portuguesa na Europa vai ter este ano mais 3500 alunos

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O ano lectivo de Português na Europa arranca este ano com mais 3.500 alunos e mais horas lectivas, mas quase o mesmo número de professores que no ano passado, revelam dados do Ministério da Educação.

No ano lectivo que agora começa, as aulas de Português em nove países europeus serão frequentadas por 58.228 alunos (54.700 no ano anterior), num total de 482 horários que representam cerca de 9.680 horas lectivas, mais 280 horas relativamente à rede de cursos aprovada para o ano anterior.

No ano lectivo de 2007-2008, a rede oficial de ensino de Português no estrangeiro integrava 517 professores distribuídos pela Alemanha, Andorra, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça e África do Sul.

"O número de professores é praticamente o mesmo, mas conseguimos concentrar os horários e portanto há mais 30 horários completos, o que reduz os incompletos e estabiliza o quadro de professores", disse à agência Lusa o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira.

A Espanha foi o país que mais aumentou o número de inscritos nos cursos de Português, passando de 9.000 para 10.644 alunos, seguindo-se a Suíça, com um aumento de mais de 900 alunos, e a França, onde o número de inscritos cresceu dos 16.146 para 16.752.

Em sentido oposto, o Reino Unido perdeu mais de duas centenas de alunos.

Em termos financeiros, a proposta de orçamento para o ensino de Português no estrangeiro sofrerá este ano um aumento de 425 mil euros, situando a despesa com esta área nos 37,9 milhões de euros.

Segundo Jorge Pedreira, este valor poderá ainda ser revisto, uma vez que deverá ter lugar uma actualização salarial dos professores que não têm aumentos desde 2006.

O início das aulas de Português na Europa segue o calendário escolar dos países de acolhimento, com o ano lectivo a começar nas primeiras semanas de Agosto na Alemanha e na Suíça e até 15 de Setembro nos restantes países.

"Este ano, há uma grande continuidade dos professores e foram apenas colocados a concurso 41 horários num total de quase 500. Não há nenhuma razão para que haja atrasos", disse Jorge Pedreira, ressalvando contudo o caso da Alemanha, onde habitualmente o arranque das aulas sofre atrasos.

Jorge Pedreira atribui os problemas de colocação de professores na Alemanha à "grande flutuação de alunos" e ao "desinvestimento dos estados alemães na renovação do corpo docente" à medida que os professores se vão reformando.

No último ano, cerca de 250 alunos ficaram sem aulas de Português na Alemanha, situação que a coordenadora do ensino de Português naquele país acredita não se repetirá este ano.

Maria Antonieta Mendonça afirmou que este ano há apenas seis horários sem professor atribuído, que deverão ser preenchidos até 15 de Setembro.

"As listas dos candidatos aprovados já foram publicadas e sexta-feira terminou o prazo para as reclamações", explicou, adiantando que não deverá haver qualquer problema para o preenchimento destes horários, que representam cerca de 450 alunos dos 8.200 inscritos na Alemanha.

A abertura do ano lectivo começou em alguns estados alemães no início de Agosto e prolonga-se até 15 de Setembro.

Na Alemanha, a maior parte dos Estados assumiu a responsabilidade pelo ensino de Português, enquanto outros atribuem subsídios ou cedem espaços para as aulas de Língua Portuguesa.

Na Suíça, o ano lectivo está a arrancar igualmente de forma faseada desde 11 de Agosto, estando previsto para esta semana o início das aulas nos cantões de Valais, Genebra, Vaud e Ticino.

Vítor Coelho, professor de apoio da coordenação de ensino de Genebra, afirmou estar "tudo a postos" para que o ano escolar arranque a 100 por cento.

Em França, país com o maior número de alunos inscritos, o início do ano lectivo está marcado para hoje, restando apenas por preencher seis dos 122 horários previstos para este ano.

De acordo com a coordenadora local, está tudo "bem encaminhado" para que até meados de Setembro todos os alunos tenham aulas de Português.

Na África do Sul, o ano lectivo começa apenas em Janeiro, existindo quase 4.200 alunos inscritos.

Recorde-se que o ano lectivo que agora se inicia é de transição, uma vez que o Governo aprovou uma nova estratégia para a promoção da Língua Portuguesa que irá transferir para o Instituto Camões a gestão da rede de ensino de Português no estrangeiro.

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