O atleta português, vencedor do triplo salto, conteve as lágrimas no pódio mas confessou que não sabe ainda dizer qual é a sensação de ser campeão olímpico, porque durante a noite só dormiu uma hora e meia. Já com a medalha de ouro ao peito e a segurar o ramo de flores entregue na cerimónia, que vai oferecer à mãe, Nélson Évora admitiu, no entanto, que estar no degrau mais alto do pódio no Estádio Nacional de Pequim, foi “um momento único”.
“Já fui campeão do Mundo, mas se a cerimónia tivesse sido ontem [quinta-feira] talvez não estivesse tão preparado como hoje”, disse Nélson Évora que na quinta-feira só conseguiu falar para casa quando eram 19 ou 20 horas em Lisboa (02:00 ou 03:00 de hoje em Pequim). Mas o atleta afirmou, no entanto, que há “algumas diferenças” entre ser campeão mundial e olímpico.
“Nos Jogos Olímpicos há mais atenção e são só de quatro em quatro anos, mas quero fazer com que este não seja o melhor momento da minha carreira. Quero ir mais longe”, disee, admitindo que depois destes momentos “é sempre bom reflectir” para saber o que é preciso melhorar.
A médio prazo, Nélson Évora, que ganhou o concurso com 17,67 metros e tem como recorde pessoal 17,74, pretende “renovar o título e bater o recorde olímpico”, que é de 18,09 e pertence ao norte-americano Kenny Harrison desde Atlanta1996.
A longo prazo, quer bater o recorde mundial de 18,29, estabelecido em 7 de Agosto de 1995 pelo britânico Jonathan Edwards, em Gotemburgo, Suécia.
O triunfo de quinta-feira mereceu “uma grande festa” entre os atletas portugueses presentes na Aldeia Olímpica, mas por agora Nelson Évora só quer descansar: “Até ao fim do ano irei a alguns «meetings», mas não está nada confirmado”, disse o atleta.