João Costa ficou hoje "desiludido", por apenas dois pontos o terem separado da final do tiro com pistola de ar comprimido dos Jogos Olímpicos Pequim2008, mas quer começar já a pensar na prova de pistola livre a 50 metros.
"Fui 18º a dois pontos do oitavo. É assim o tiro. Costuma dizer-se que por um ponto se ganha, por um ponto se perde. Não foi por um, foi por dois", disse o atirador da Figueira da Foz na Carreira de Tiro de Pequim, onde compete de novo no domingo, na prova em que lidera o "ranking" mundial.
O sargento da Força Aérea, que disputa os seus terceiros Jogos Olímpicos, salientou que "dois pontos é pouco, mas as provas são assim" e que atrás de si ficaram dois campeões olímpicos. "Não correu mal só a mim".
"Não saio frustrado. Vir aos Jogos Olímpicos já é uma grande conquista, porque só ficamos apurados 25 em cada modalidade. Podia era ter feito mais, mas está feito e hoje deixo de pensar nesta prova e começo a pensar na outra", afirmou o atirador da Naval 1º de Maio.
Em Sydney2000 e Atenas2004, foi, respectivamente, 17º e sétimo na prova de pistola de ar comprimido a 10 metros – por isso diz que hoje esteve "na média" -, enquanto na de pistola livre a 50 metros, na qual assume sentir-se "mais à-vontade", foi 12º e 27º.
Com o seu recorde nacional de 585 pontos teria sido segundo e estaria entre os oito finalistas que discutem o título hoje à tarde, mas João Costa, 43 anos, pensa que os resultados globais podem ter sido um pouco prejudicados pela pressão desta prova em particular.
"É uma prova com mais stress, mais pressão, porque está toda a gente a ver. Por isso é que são os Jogos Olímpicos e são de quatro em quatro anos", comentou, admitindo, no entanto, que "quem ganha não baixa o nível e faz uma prova boa".
A sua prova até começou bem, com uma marca perfeita de 100 pontos na primeira série – à qual se seguiram 95, 97, 95, 97 e 95 -, mas João Costa sublinhou que "não é só essa série que conta".
Mas João Costa, que foi o primeiro a terminar a prova, não se lamenta com o 18º lugar e consequente eliminação: "Há ali pessoas que atiram muito bem e ficaram atrás de mim".
Segundo o atirador nascido em Luanda, "é normal fazer uma prova rápida", o que é menos habitual é terem ficado tantos atiradores até ao fim do tempo, o que pode indicar de que estariam nervosos.
Agora, recusa fazer previsões para a competição de pistola livre a 50 metros, limitando-se a garantir que parte "com a ambição de fazer uma boa prova e pôr em prática o que foi feito nos treinos".
Hoje vai apenas assistir à final, porque quer ver quem ganha, e no domingo e na segunda-feira vai treinar 50 metros, para se desabituar da pistola de ar comprimido e adaptar-se à de bala, que, no entanto, possuem "compatibilidades".
Apesar de ser o líder do "ranking" mundial a 50 metros, assegura que apenas vai ver "o que a prova vai dar", embora admita que os adversários estejam "atentos" à sua prestação.