O escritor brasiliro João Ubaldo Ribeiro foi hoje distinguido com o Prémio Camões 2008, o mais importante galardão atribuído a autores de língua portuguesa.
É o oitavo escritor brasileiro a ser distinguido com este prémio, que na sua edição anterior foi para o português António Lobo Antunes.
João Ubaldo Ribeiro nasceu na ilha de Itaparica, no estado da Bahia, a 23 de Janeiro de 1941 e entre os seus livros estão "Setembro não faz sentido", "Sargento Getúlio", que teve o Prémio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em 1972, "Viva o povo brasileiro", "O Sorriso do lagarto" e "A Casa dos Budas Ditosos".
O escritor viveu em Lisboa em 1981, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, e ao longo da sua carreira recebeu vários prémios e teve algumas obras adaptadas para televisão.
Iniciou a sua vida profissional como jornalista no Jornal da Bahia, em 1957, e no ano seguinte editou revistas e jornais culturais, tendo dado os primeiros passos na liratura com a participação na antologia Panorama do Conto Bahiano, organizada por Nelson de Araújo e Vasconcelos Maia, com "Lugar e Circunstância".
O escritor foi também responsável pela adaptação cinematofráfica do romance de Jorge Amado "Tieta do Agreste", com a actriz brasileira Sónia Braga no papel principal.
Instituído pelos governos português e brasileiro em 1988, o Prémio Camões distingue, anualmente, um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua portuguesa.
Este ano, o vencedor foi escolhido por um júri de que fazem parte Maria de Fátima Marinho, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Maria Lúcia Lepecki, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Marco Lucchesi, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ruy Espinheira Filho, escritor, jornalista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Meio, poeta e jornalista angolano, e Corsino Fortes, diplomata e presidente da Associação de Escritores Cabo-verdianos.
Miguel Torga inaugurou em 1989 – o primeiro ano da atribuição do prémio – a lista dos vencedores.
Desde então, foram distinguidos nove autores portugueses, oito brasileiros, um moçambicano e dois angolanos. Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau não viram ainda qualquer dos seus escritores premiado.