Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos oito Estados que integram a CPLP reúnem-se hoje em Lisboa para preparar a cimeira de sexta-feira, que tem como tema a afirmação da Língua Portuguesa na cena internacional.
A mudança do secretário-executivo, que passa das mãos do cabo-verdiano Luís Fonseca para as do guineense Domingos Simões Pereira, a recondução de Amélia Mingas à frente do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP) e a integração do Senegal como observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) são outros dos temas em debate.
Por outro lado, Portugal, através do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, passa também a assegurar a presidência rotativa da CPLP, sucedendo a João Bernardo "Nino" Vieira, da Guiné-Bissau, enquanto o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, sucede à sua homóloga guineense, Maria da Conceição Nobre Cabral, à frente do Conselho de Ministros.
Em relação à presidência portuguesa, Luís Amado, numa entrevista à Agência Lusa, indicou que vai incidir no objectivo "essencial" da organização, a promoção do Português, algo que, disse, "foi descurado" nos 12 anos de vida da comunidade.
"O que Portugal pretende é dar um novo impulso e uma maior dinâmica para atingir os objectivos importantes que estão traçados para os próximos dois anos", sublinhou Amado, lembrando que, para tal, foi criado um Fundo para a Promoção e Valorização da Língua Portuguesa, com um montante de 30 milhões de euros e aberto a contribuições de outros países.
Na agenda de trabalhos da reunião do Conselho de Ministros constam a apresentação de inúmeros relatórios, e o debate sobre o programa e as prioridades da presidência portuguesa para o biénio 2008/10.
Os chefes da diplomacia deverão aprovar também 14 resoluções, com destaque para a atribuição do estatuto de observador associado ao Senegal, à semelhança da Guiné Equatorial e das ilhas Maurícias (entraram na cimeira de Bissau, em 2006), o empenhamento da CPLP no combate à SIDA, o reforço da participação da sociedade civil e a circulação de bens culturais no espaço lusófono.
Após um almoço de trabalho restrito aos chefes da diplomacia, será debatido e aprovado o texto da Declaração de Lisboa e assinado o acordo de cooperação consular entre os Estados membros e aprovadas as recomendações a submeter à cimeira.
Na cimeira, estarão presentes seis chefes de Estado – Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Pedro Pires (Cabo Verde), João Bernardo "Nino" Vieira (Guiné-Bissau), Aníbal Cavaco Silva (Portugal), Fradique de Menezes (São Tomé e Príncipe) e José Ramos-Horta (Timor-Leste) – e os primeiros-ministros de Angola (Fernando Dias dos Santos Piedade "Nandó") e de Moçambique (Luísa Diogo).