Os advogados de Benfica e Vitória de Guimarães saíram hoje satisfeitos do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), onde apresentaram os argumentos dos recursos contra a decisão da UEFA de readmitir o FC Porto na Liga dos Campeões de futebol.
À saída da reunião, em Lausana, Suíça, que durou sete horas e onde as partes apresentaram os seus argumentos a um Comité do TAS, o advogado do Benfica Paulo Gonçalves explicou que "foi dada a possibilidade às partes de esgrimirem todos os argumentos" e apontou "incongruências" às posições da UEFA e FC Porto.
"Houve incongruências quer da parte da UEFA quer do FC Porto. A UEFA disse que ia esperar pelas decisões da justiça desportiva portuguesa e agora diz que tem dúvidas sobre a aplicabilidade dessas decisões pois pode haver recurso para tribunais administrativos", criticou Paulo Gonçalves, em declarações à TVI.
Para o advogado do Benfica, com esta posição a UEFA "navega contra os seus estatutos", que pedem às associações para resolverem os seus casos sem recurso aos tribunais civis.
O advogado do Vitória de Guimarães Paulo Gonçalo Lobo, também em declarações à TVI, disse que a reunião "correu bem", apesar de ter sido "cansativa", devido à duração de sete horas.
"Toda a gente explanou os seus argumentos. Acho que o que pode ter corrido menos bem foi a parte de explicar o que se passa em Portugal, com regulamentos a sobreporem-se a regulamentos. Explicar estar trapalhadas jurídicas a pessoas com um quadro mental mais rígido é complicado", considerou o advogado dos vimaranenses.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ouviu hoje as últimas argumentações das partes nos recursos contra a decisão da Comissão de Apelo da UEFA em readmitir o FC Porto na próxima edição da Liga dos Campeões de futebol, mas a decisão só será conhecido na terça-feira.
Os "encarnados" e os vimaranenses avançaram com os recursos depois daquela comissão do organismo que rege o futebol europeu ter anulado uma primeira decisão da sua Comissão de Disciplina em afastar os "dragões" da Liga dos Campeões por terem sido punidos pela Comissão Disciplinar da Liga portuguesa no caso Apito Final.
Nas alegações finais, os advogados dos dois clubes portugueses terão incluído o sucedido na última reunião do Conselho de Justiça da Federação portuguesa, em que, depois de uma sessão atribulada, e sem o presidente e vice-presidente presentes, cinco conselheiros mantiveram o castigo aplicado pela Comissão Disciplinar da Liga ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa.
Caso o TAS dê razão a Benfica e Guimarães, o FC Porto corre o risco de voltar a ser excluído da Liga dos Campeões, sendo então substituído pelos vimaranenses, que transitam da terceira pré-eliminatória para a fase de grupos, enquanto o Benfica sobe da Taça UEFA para a terceira pré-eliminatória da "Champions".