Com três defesas no desempate por grandes penalidades, depois de um nulo nos 90 minutos, o guardião Eduardo deu ao Vitória de Setúbal o triunfo na primeira edição da Taça da Liga numa final disputada em Faro.
O Vitória de Setúbal manteve o registo sem derrotas ante o Sporting, esta época, e beneficiou do estigma "leonino" nos pontapés da marca dos 11 metros, para juntar mais um título ao seu historial.
As duas equipas proporcionaram um fraco espectáculo num Estádio Algarve cheio, mas sob frio intenso, e a maior oportunidade do jogo pertenceu aos vitorianos, com um tiro de Pitbull ao poste, de livre directo.
Na hora da decisão nas grandes penalidades, Polga, Liedson e Izmailov permitiram que Eduardo se transformasse na maior figura desta final, com três excelentes defesas.
Apesar das diferentes expectativas à partida para a temporada 2007/08, os dois clubes têm feito uma época algo semelhante, sendo ambos semi-finalistas na Taça de Portugal e discutindo posições "europeias" na Liga.
As duas equipas chegaram ao Algarve para disputar o seu quarto encontro nesta temporada, num saldo claramente favorável ao Vitória de Setúbal.
Os setubalenses venceram os dois encontros caseiros, realizados no Estádio do Bonfim, ambos por 1-0 (um dos triunfos na fase de grupos da Taça da Liga), e empataram, 2-2, na partida de Alvalade.
Nesta edição inaugural da Taça da Liga, o Vitória teve como ponto máximo a eliminação do Benfica, à 4ª eliminatória, disputada a duas mãos (2-1 em casa, depois de um empate, 1-1, na Luz).
Na mesma ronda, o Sporting esteve perto de ser afastado pelo Fátima, "carrasco" do FC Porto, mas um golo do avançado brasileiro Liedson, a oito minutos do final da partida da segunda mão, salvou os "leões".
Carlos Carvalhal começou a época com dois dianteiros (fulcrais na vitória por 2-1 sobre o Benfica, por exemplo), decisivos na primeira metade da época, que entretanto perdeu: o emprestado Matheus voltou ao clube de origem, o Sporting de Braga, e Edinho foi transferido para o AEK Atenas (Grécia).
Sem ausências de maior entre os mais utilizados desde então, o técnico "sadino" renovou a aposta para defesa-esquerdo em Jorginho, que roubou o lugar a Adalto nos últimos encontros, e colocou Leandro no apoio a Pitbull e na pressão a Miguel Veloso, preterindo do "onze" Filipe Gonçalves, o autor do golo da vitória sobre o Sporting, no jogo na Taça da Liga.
Paulo Bento apostou no habitual 4-4-2 com o meio-campo em losango, com o regressado de lesão Miguel Veloso – esteve inapto para duas partidas – no vértice mais recuado e Romagnoli na "posição 10", e Izmailov e Moutinho como médios-interiores, no apoio à dupla atacante Liedson-Vukcevic.
Algumas reacções:
Carlos Carvalhal (treinador do Vitória de Setúbal): "Estou satisfeito acima de tudo. Foi um jogo equilibrado, com oportunidades para os dois lados. Tivemos uma ocasião flagrante, mas não conseguimos marcar. Esperámos confiantes pelas grandes penalidades. Felizmente, temos um guarda-redes que, além de dar pontos, dá taças. O sofrimento foi muito grande".
Eduardo (guarda-redes do Vitória de Setúbal): "Foi uma vitória de muito trabalho. Somos todos uns heróis. Não fui apenas que fui um herói nas grandes penalidades. Foi um estímulo, foi sorte, foi trabalho, foi tudo".
Paulo Bento (treinador do Sporting): "As grandes penalidades são sempre uma lotaria. Depende muito do estado emocional. Por muito que se treine, não são situações fáceis, pois quando se chega a este ponto há muito desgaste físico e emocional. Não fizemos um bom jogo. Não criámos situações de golo. O Sporting tentou mandar no jogo, o Vitória foi mais fiel ao seu jogo. O Vitória foi um justo vencedor da Taça da Liga".