A dificuldade em dominar as línguas faladas na Suíça vai deixar de ser critério para integrar as crianças portuguesas em escolas especiais, disse hoje o conselheiro das comunidades naquele país, Jorge Rodrigues.
"Numa reunião ontem (quarta-feira) entre o secretário de Estado das Comunidades e a presidente da Comissão Federal dos Directores Cantonais do Ensino, Isabel Chassot, ela comprometeu-se a assinar protocolos com todos os cantões onde se defende melhores critérios de selecção para as escolas especiais", afirmou o conselheiro.
Cerca de duas mil crianças portuguesas são colocadas no ensino especial suíço, na sua maioria por dificuldade em falar a língua do país de acolhimento ou de integração na nova escola.
Contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa, Jorge Rodrigues disse que, a partir do próximo ano lectivo, "o domínio da língua não vai ser razão para uma criança ir para uma escola especial".
Apesar de se mostrar satisfeito por estar prestes a ser resolvido "um problema que afecta muitas das crianças portuguesas que são enviadas para o ensino especial", o conselheiro alerta que "subsiste o problema para as que já lá estão".
"Não há acordo para tirar as que já lá estão. Aqui tem de haver um grande empenho por parte da embaixada, dos técnicos e da comunidade para sensibilizar os pais a intervir junto das escolas" para que os seus filhos sejam colocados numa escola normal, defendeu.
A Agência Lusa tentou sem sucesso obter uma posição do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, sobre esta reunião.
Um relatório divulgado em Outubro de 2007 pelo organismo que coordena os serviços escolares na Suíça (CDIP) revelou que os alunos portugueses naquele país obtêm os resultados escolares mais baixos entre as comunidades estrangeiras e recorrem "excessivamente" a classes especializadas.
Na Suíça residem cerca de 200 mil portugueses, que ocupam o segundo lugar entre as principais comunidades estrangeiras residentes naquele país, depois da Itália (299 mil) e ao lado da Alemanha.
Suíça: Dificuldade nas línguas deixa de ser critério para integrar crianças portuguesas em escolas e
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