Os corpos dos quatro portugueses vítimas segunda-feira de acidente de viação em Espanha poderão ser ainda hoje trasladados para Portugal, depois de concluídos os trâmites legais e da chegada dos familiares das vítimas a Valladolid.
Dos três feridos portugueses, dois encontravam-se em estado grave, mas fonte médica anunciou que se encontram livres de perigo.
Fonte policial confirmou à Lusa que as autópsias foram concluídas na noite de segunda-feira e que três dos quatro corpos já foram identificados, faltando apenas a identificação formal do motorista que não tinha consigo o bilhete de identidade.
Esse processo deverá ser concluído hoje quando se espera em Valladolid a chegada de familiares das vítimas, acompanhadas de um representante da autarquia de Figueiró dos Vinhos.
Finda a identificação formal e concluído o processo administrativo, a trasladação dos corpos poderá ser feita, tendo para isso sido já contactada a seguradora.
Os quatro portugueses que morreram viajavam com três outros portugueses num táxi-carrinha que foi abalroado por uma viatura de matrícula espanhola, a qual circulava fora de mão, segundo explicou Miguel Alejo, delegado do Governo em Castela e Leão.
Essa carrinha de transporte, registada em Salamanca e que viajava no sentido de Valladolid, embateu no táxi-carrinha bege, registado em Figueiró dos Vinhos, em que viajavam os sete portugueses.
Uma terceira carrinha acabou por sair da via, quando tentava evitar o acidente, capotando, tendo o seu condutor sofrido ferimentos ligeiros.
Dois dos três passageiros que ficaram feridos no acidente continuam sob observação no Hospital Universitário del Rio Hortega onde, segundo fontes hospitalares, estão "fora de perigo".
O ferido em estado mais grave é um homem de 23 anos, de Águeda, que se encontra internado na unidade de cuidados intensivos, com politraumatismos múltiplos, traumatismo abdominal, hematoma no baço e traumatismo facial.
O outro português, de 23 anos e natural de Eixo de Aveiro, está ferido com menos gravidade tendo-se mantido consciente durante o dia de segunda-feira, altura em que chegou mesmo a pedir o regresso a Portugal.
Hernandez Gajape, director do serviço de urgência daquela unidade hospitalar, disse à agência Lusa que só nas próximas 48 horas será possível avaliar a evolução da situação das vítimas.
O táxi que transportava os sete portugueses é das três viaturas envolvidas no acidente a que apresenta os maiores sinais da violência do embate.
A viatura de nove lugares, com placa de Figueiró dos Vinhos, ficou praticamente desfeita e foi rebocada para uma estação de serviço a quatro quilómetros do local do acidente.
Os ocupantes trabalhavam em vinhas em França e deslocavam-se para um período de descanso em Portugal, encontrando-se a menos de 200 quilómetros da fronteira portuguesa na altura do acidente, pelas 07:30.
Eram todos da zona Centro do país (Águeda, Aveiro e Sertã) e apenas um – Diogo Dias, de 19 anos – sobreviveu sem ferimentos físicos graves, mas diz que psicologicamente ainda não se recompôs do choque.
O único ferido ligeiro entre os portugueses teve alta hospitalar depois de ser observado e já esteve no local do acidente com as autoridades, a quem contou que vinha a dormir quando aconteceu o embate de um carro de matrícula espanhola que seguia em sentido contrário.
Segundo contou, só consegue lembrar-se que havia mortos.
Espanha: Corpos de vítimas de acidente em Valladolid devem ser hoje trasladados para Portugal
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