O director desportivo do Belenenses, Carlos Janela, foi demitido “com efeitos imediatos” pela Administração da SAD do clube lisboeta, na sequência da alegada utilização irregular do futebolista camaronês Meyong na recepção à Naval. Carlos Janela, que foi agredido por dois sócios quando se dirigia para os balneários, não pediu “qualquer parecer sobre a existência de restrições regulamentares” sobre a utilização de Meyong, configurando este facto para a SAD do Belenenses “uma quebra insanável da relação de confiança até então vigente”.
Em comunicado lido pelo presidente do clube e da SAD, Cabral Ferreira, sublinha-se que “quer o Conselho de Administração quer o departamento jurídico em momento algum foram informados pelo director desportivo que o jogador tinha sido utilizado pelo Levante na presente época”.
Cabral Ferreira, que confessou segunda-feira não saber que Meyong actuou pelos espanhóis do Levante, clube a que está vinculado até 2009, acentuou que o processo de contratação do jogador “foi conduzido em exclusivo pelo director desportivo”.
Na leitura do comunicado, Cabral Ferreira comunicou que o Conselho de Administração decidiu delegar no administrador Miguel Ferreira “o acompanhamento mais próximo da equipa profissional”, acumulando com o futebol jovem.
A SAD do Belenenses reserva para quarta-feira uma reacção ao “caso Meyong”, aguardando “diversas informações de carácter técnico” pedidas à Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“Decorridas mais de 24 horas, esta federação não logrou ainda responder a qualquer das questões então colocadas”, observa o comunicado, que destaca a importância do pedido de esclarecimento na “definição da estratégia que melhor servirá os elevados interesses do clube”.
As informações solicitadas à FPF possibilitarão ainda “a identificação das medidas legais que se irão adoptar”, sublinhando a SAD do clube lisboeta a “plena confiança na justiça desportiva”.
Repudiando “todas as condenações sumárias e juízos de valor precipitados”, os responsáveis do clube do Restelo salientam que não foi ainda instaurado “qualquer processo disciplinar” pela Liga.
Apesar da demissão do dirigente, o presidente do Belenenses defendeu “não ter sido atraiçoado” por Carlos Janela e não se mostrou arrependido na sua contratação, no início da época.
Instado a comentar o que sucederá a Meyong, o dirigente limitou-se a dizer que o internacional camaronês “é do Levante”, numa alusão clara de que o jogador vai ser devolvido ao clube espanhol.
Sobre as acusações do empresário de Meyong, Paulo Teixeira, de que o presidente do Belenenses o marginalizou no processo negocial de empréstimo do camaronês, Cabral Ferreira disse desconhecer o agente: “Não conheço esse senhor. O empresário de Meyong chama-se Ifrain”, defendeu.
Belenenses: “Caso Meyong”” leva à demissão de Carlos Janela”
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