O primeiro-ministro anunciou, em Bragança, um investimento de 1.200 milhões de euros na construção de quase 400 quilómetros de novas estradas, algumas reclamadas há décadas para desencravar o Nordeste Transmontano.
O investimento contempla a concepção, construção e exploração da auto-estrada Transmontana e a concessão do Douro Interior.
A auto-estrada Transmontana, entre Vila Real e Bragança, terá uma extensão de 130 quilómetros que corresponderá na maior parte do traçado à duplicação do actual IP4.
Com a abertura ao trânsito prevista para 2011, esta via custará 500 milhões de euros, sendo 228 milhões de euros financiados pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER).
De acordo com informação divulgada pelo Ministério das Obras Públicas, a nova via vai reduzir em 40 por cento a actual viagem de cerca de uma hora, entre as duas principais cidades transmontanas, Vila Real e Bragança.
Reivindicações mais antigas são o IP-2 e o IC-5, os dois itinerários que vão desencravar o sul do Distrito e que correspondem à concessão do Douro Interior.
José Sócrates anunciou ainda a construção do IP-2 entre Valebenfeito (Macedo de Cavaleiros) e Celorico da Beira (Guarda), que ligará o IP-4 à A-25.
O IP-2 foi projectado para ligar o País de Norte a Sul pelo interior mas, em todo o Distrito de Bragança, foram construídos nos últimos 15 anos apenas dois pequenos troços, um entre Macedo de Cavaleiros e Valebenfeito e outro entre o Pocinho e o a ponte do Rio Sabor, em Torre de Moncorvo.
O IC-5 rasgará o Distrito na transversal, com um percurso idêntico ao actual IP-4, mas a Sul, e facilitará o acesso ao litoral, ligando ao IP-4 e à A-7 na zona do Pópulo, no Distrito de Vila Real, e, no outro extremo, à fronteira, em Miranda do Douro.
No total, estas duas vias representam 261 quilómetros e um investimento de 520 milhões de euros, segundo o Ministério de Mário Lino.
Em conjunto com a concessão do Túnel do Marão, que será adjudicado em Março de 2008, o lanço Vila Real-Bragança, «vai permitir uma ligação em auto-estrada entre o litoral e o interior».
Consequentemente, permitirá também a ligação a Espanha, através da Ponte Internacional de Quintanilha, em Bragança, que está pronta mas se mantém fechada ao trânsito, por do lado de lá da fronteira não estarem ainda construídos os acessos à estrada espanhola 122.
O dia de hoje é considerado «uma marco» e «histórico» por autarcas PS e PSD do Distrito ouvidos pela agência Lusa.
O anúncio do primeiro-ministro significa a concretização de reivindicações antigas em matéria de acessibilidades que são apontadas como a principal carência da região.
O Distrito de Bragança é o único do País sem um quilómetro de auto-estrada e que tem no IP-4 a única via estrutujrante mas que serve apenas o Norte da região.
A auto-estrada Transmontana e a concessão do Douro Interior serão as primeiras concessões desenvolvidas pela Estradas de Portugal, em regime de parceria público-privada, enquadrando-se no «movimento reformador empreendido no sector rodoviário», que «permitirá melhorar acessibilidades numa região extremamente carenciada».
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