O Procurador-Geral da República (PGR) é ouvido hoje na Assembleia da República sobre escutas telefónicas, após declarações suas ao semanário Sol sobre o tema e que levaram o CDS/PP a pedir a audição de Pinto Monteiro, com carácter de urgência.
Pinto Monteiro disse em entrevista ao Sol achar que «as escutas em Portugal são feitas exageradamente» e abriu as portas à polémica ao dizer: «Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha telefones sob escuta. Como é que vou lidar com isso? Não sei. Como vou controlar isto? Não sei. Penso que tenho um telemóvel sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos».
As declarações do PGR provocaram váias interpretações e reacções sobre as escutas telefónicas, mas o verdadeiro alcance e motivo de tais afirmações só deverá ser revelado pelo próprio aos deputados da Comissão Parlamentar.
A audição do PGR na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias foi aprovada por unanimidade, sendo quarta-feira a vez do ministro da Justiça, Alberto Costa, e do presidente do Conselho Superior da Magistratura, Noronha do Nascimento, serem ouvidos sobre a mesma questão.
Entretanto, o ministro Alberto Costa veio defender publicamente a possibilidade de os serviços de informações realizarem escutas telefónicas, o que implica uma revisão constitucional.