Uma exposição que reúne 46 de obras da pintora Vieira da Silva vai estar patente até 17 de Fevereiro de 2008 em Lisboa. A mostra, que abriu ao público esta semana na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), na Praça das Amoreiras, foi inaugurada e esteve aberta durante o Verão no Centro Cultural da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, com o objectivo de homenagear a artista no cinquentenário da Fundação Gulbenkian em França.
A pintora teve uma forte relação com aquele país – onde chegou, com a mãe, em 1928 – e que marcou toda a sua obra, juntamente com o seu país de origem, Portugal, ao qual voltaria por curtos períodos. Em 1930 perdeu a nacionalidade portuguesa ao casar-se com Arpad Szenes. Mais tarde ficou apátrida e tentou em vão, com o marido, readquirir a nacionalidade portuguesa, até que obteve a nacionalidade francesa em 1956. As 44 obras que estiveram expostas em Paris são oito pinturas e uma gravura do acervo do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP), e três óleos, um guache e 31 trabalhos sobre papel, entre desenhos e gravuras, pertencentes à colecção da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva. A esses trabalhos juntam-se agora mais duas telas dos anos 40 que na altura da exposição estavam em São Paulo, uma das quais a famosa «História Trágico-Marítima» (1944), e um óleo de grandes dimensões, intitulado «Les Degrés» (1964), como revelou à agência Lusa a directora da FAZVS e co-comissária, Marina Bairrão Ruivo, que nesta ocasião “quis fazer um bocadinho mais. Seguindo o modelo da exposição de Paris, a de Lisboa tem uma estrutura mais temática do que cronológica, mostrando a evolução de alguns temas chave da vasta produção da artista. De salientar ainda duas séries de retratos, excepcionais na obra de Vieira, do poeta René Char – que era seu amigo – e do escritor e político André Malraux, feito de memória após uma visita deste ao seu atelier.
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