Cerca de mil trabalhadores da construção civil na Suíça, entre os quais 150 portugueses, estão a realizar uma greve de 24 horas que paralisou quatro das obras de construção do Portal Alpino, o túnel que atravessa os Alpes.
Em declarações à Agência Lusa, a secretária sindical do UNIA, sindicato inter-profissional do sector terciário e membro da União dos Sindicatos Suíços (USS), Margarida Pereira, revelou que a greve termina hoje às 20:00, mas estão agendadas novas paralisações para segunda-feira.
Em causa está a decisão unilateral da associação representativa do patronato em rescindir o contrato colectivo de trabalho, porque os sindicatos se recusaram a aumentar as horas extra de 80 para 180, e que desde Maio têm motivado protestos por toda a Suíça.
As greves da próxima segunda-feira "estão marcadas para cidades centrais como Berna, Genebra e Neuchâtel e pretende-se que abranjam mais do que as obras de construção, que paralisem os cantões", sublinhou a sindicalista.
"A situação tem-se agravado e é necessário reforçar a luta em defesa do contrato colectivo", acrescentou Margarida Pereira.
Espera-se que milhares de pessoas participem nestas greves, entre elas milhares de portugueses que trabalham no sector da construção civil na Suíça, revelou.
A secretária do UNIA recordou que uma manifestação realizada no mês passado reuniu mais de 17 mil pessoas em Zurique, em protesto contra a rescisão do contrato colectivo (com efeitos a partir de 01 de Outubro) e a indisponibilidade do patronato para dialogar com os sindicatos.
A construção civil, referiu, é um dos principais sectores da economia da Suíça, empregando mais de 80 mil trabalhadores fixos, dos quais cerca de 20 mil são portugueses, mais alguns milhares de temporários.
Na Suíça residem cerca de 200 mil portugueses, que ocupam o segundo lugar entre as principais comunidades estrangeiras residentes naquele país, depois da Itália (299 mil).
Suíça: Trabalhadores da construção civil portugueses realizam greve de 24 horas
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