Dois luso-canadianos eleitos como deputados no Ontário

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Dois luso-canadianos, um deles Charles Sousa, Conselheiro para a Internacionalização da Economia Portuguesa, foram eleitos como deputados no Ontário nas legislativas de quarta-feira naquela província canadiana.
Dos dois actuais deputados portugueses no Ontário, Peter Fonseca renovou o mandato parlamentar, mas Paul Ferreira não logrou a reeleição, numa luta renhida até ao último minuto contra o seu principal adversário no círculo de York Sul-Weston, em Toronto.
As eleições gerais no Ontário, realizadas quarta-feira e cujo escrutínio durou até à madrugada de hoje, deram a segunda maioria parlamentar ao actual primeiro-ministro da província, Dalton McGuinty, do Partido Liberal. Segundo dados ainda preliminares, os liberais conseguiram 72 dos 107 lugares, o Partido Conservador 25 e o Novo Partido Democrático (NPD) 10.
Em simultâneo com o acto eleitoral, realizou-se um referendo sobre a reforma do sistema eleitoral na província, a qual foi "chumbada", dado que 63,3 por cento dos eleitores votou pela manutenção do modelo de eleição por maioria simples.
Charles Sousa, um luso-descendente bem conhecido da comunidade portuguesa na região de Toronto e filiado no Partido Liberal, foi eleito para o Parlamento do Ontário pelo círculo de Mississauga-Sul, conseguindo grande vantagem sobre o deputado titular Tim Peterson (46,7 por cento contra 34 por cento).
Também vitorioso, Peter Fonseca, do Partido Liberal, ganhou folgadamente, com 58,5 por cento dos votos em Mississauga Este-Cooksville, que já o havia eleito deputado provincial há quatro anos.
O círculo de York Sul-Weston, em Toronto – no qual o açoriano Paul Ferreira procurava defender o seu actual lugar de deputado provincial – veio revelar-se um dos mais difíceis no apuramento do vencedor durante esta jornada eleitoral. Só na madrugada de hoje, no final da contagem das últimas mesas de voto, é que se soube que a candidata liberal de origem italiana Laura Albanese venceu Paul Ferreira por uma margem de apenas 469 votos (totalizando 13.812 votos contra 13.343).
Os dois candidatos haviam já disputado taco-a-taco as eleições extraordinárias de 08 de Fevereiro passado destinadas a escolher o parlamentar representante de York Sul-Weston, tendo então Paul Ferreira saído vencedor, com 315 votos de diferença.
Também a despertar as atenções, no distrito de Davenport, Toronto, zona de residência de muitos portugueses, os dois candidatos lusos Peter Ferreira (do Novo Partido Democrático – NPD), António Garcia (Partido Conservador) não conseguiram derrotar o deputado liberal Tony Ruprecht.
Peter Ferreira alcançou o segundo lugar na votação, com 36,4 por cento (menos quase cinco pontos que Ruprecht) e António Garcia foi quarto (com cerca de nove por cento).
Não obstante, em declarações à Lusa, António Garcia garantiu que irá continuar a candidatar-se em próximas eleições.
Esta foi a estreia de António Garcia em eleições, que revelou grande gosto pela política e ambições "provinciais e federais", tendo o objectivo de trabalhar com a pasta da Imigração "para ajudar a comunidade portuguesa de Toronto".
"Em Davenport, 30 a 35 por cento dos residentes são portugueses. Os portugueses que votam devem ser 20 por cento", frisou este natural da ilha açoriana da Terceira, polícia em Toronto e residente naquele localidade, membro do Partido Conservador desde os anos 90.
Os seis membros da família Carvalho (originária de Goa, Índia e residente em Ajax, Ontário) candidatos em vários distritos da província pelo Partido da Aliança da Família, obtiveram sobretudo alguma visibilidade, já que os seus resultados ficaram entre 0,9 e 1,9 por cento.
Em Otava, John Pacheco, um luso-descendente de açorianos, também a votos pelo Partido da Aliança da Família, arrecadou 1,2 por cento no círculo de Otava Oeste-Nepean.
A par das eleições parlamentares, Ontário realizou quarta-feira, em simultâneo, um referendo sobre a reforma do sistema eleitoral que foi claramente rejeitado pelo eleitorado.
Cerca de 63 por cento dos votantes escolheu a continuidade do modelo de eleição por maioria simples, recusando uma mudança, quer para ser aprovada no referendo requeria o apoio de 60 por cento de votantes e a maioria (64) das 107 circunscrições eleitorais do Ontário.
 O referendo propunha a escolha entre a continuidade do sistema de eleição por maioria simples (ou relativa) e a introdução de um modelo misto que incluía uma eleição proporcional parcial, por intermédio de nomeação de deputados por partidos, introduzindo a dupla votação nas legislativas: uma em deputados e outra em partidos.

Lusa

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