Pornografia Infantil: PJ identifica 80 suspeitos e apreende 148 computadores

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A Polícia Judiciária (PJ) identificou hoje 80 pessoas no âmbito da investigação sobre pornografia infantil na Internet, sem constituir arguidos, e apreendeu 148 computadores usados naquela actividade ilícita.
O responsável pela Secção Central de Investigação da Criminalidade de Alta Tecnologia (SCICAT) da PJ, Carlos Cabreiro, fez hoje ao final da tarde o balanço da "Operação Predador", que teve início ao romper do dia, envolvendo 75 buscas domiciliárias e a empresas e cerca de 300 agentes, "de todos os departamentos" da Judiciária. Segundo o responsável da SCICAT, inserida na Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF), "uma unidade especial irá fazer agora a análise dos computadores apreendidos", por forma a poder vir a constituir arguidos.
Carlos Cabreiro sublinhou que ainda não foram constituídos arguidos nem traçado um perfil dos mesmos, para "não imputar factos a pessoas que não cometeram crimes".
"Não estão totalmente identificados os verdadeiros utilizadores", disse o director nacional adjunto da PJ, sublinhando que só o decorrer da investigação e a análise dos aparelhos poderá "identificar os verdadeiros utilizadores".
O objectivo da "Operação Predador", que teve início há cerca de seis meses, foi a apreensão de material informático sobre pornografia infantil na Internet, nomeadamente a detecção de transferência de ficheiros pornográficos.
A operação decorreu em todo o Continente e ilhas, mas teve maior incidência na Área Metropolitana de Lisboa. Carlos Cabreiro explicou que o "modus operandi" era a utilização de programas específicos para partilha de ficheiros na Internet (citando exemplos do BBS ou do Emule) para distribuição entre utilizadores de filmes vídeo com pornografia infantil.
Os identificados têm idades superiores a 25 anos, mas Carlos Cabreiro admitiu que, neste tipo de partilha de dados informáticos, "uma grande fatia" das pessoas envolvidas são menores.
Quanto à origem dos vídeos, o responsável da PJ foi cauteloso, referindo apenas que "é algo que só é possível apurar depois de investigar e estudar os computadores utilizados".
A maioria das buscas foi feita em domicílios particulares, mas também foram visitadas seis empresas como locais de onde eram acedidos ficheiros de pornografia infantil.
Entre os 148 computadores apreendidos, muitos dos quais estavam expostos na PJ durante a conferência de imprensa de actualização dos dados da operação, estavam algumas "bombas", com design moderno, arrefecimento a água ou até mesmo o servidor montado num bidão.

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