Lembro-me das enfermeiras paraquedista as primeiras mulheres a entrar nas Forças Armadas. Muitas iniciaram em 1969 na Guiné a sua carreira profissional, e agora estão aposentadas tendo chegado, muitas ao posto de capitão.
Viveram a guerra colonial durante dez anos em Angola, Guiné e Moçambique socorrendo centenas de milhares de soldados e contabilizando milhares de horas de voo. Lembro-me que em 1961, o genreal Kaúlza de Arriaga, então subssecretário de Estado na Aeronáutica, propôs a criação desse corpo de enfermeiras parquedistas ao presidente do conselho Salazar. Passaram ao quadro militar e foram muitos uteis nas missões de salvamento e tratamento aos feridos na Guerra Colonial. Hoje vivem as suas reformas no anonimato e jamais sabemos onde estão, ou de alguma vez alguma ter sido condecorada. A exemplo dos ex-militares emigrantes e ex-combatentes que também foram e são esquecidos, os novos políticos, muitos formados após o 25 de Abril, tentam passar uma esponja sobre o passado e reconhecer que este país viveu uma Guerra Colonial que deixou um rasto de milhares de mortos, feridos e traumatizados para sempre. Reconhecer o valor destas mulheres e o tempo da contagem do serviço militar para todos os que não descontaram em Portugal para a Segurança Social é um imperativo de ordem nacional e os governos deviam ter em conta, tudo aquilo que passámos. Este é mais um exemplo de um país que não respeita o direito dos seus filhos que foram obrigados um dia a deixar tudo, para defender a Pátria!
Condecorações devidas
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