Fundada em 1988, A FRIJOBEL iniciou a sua actividade industrial em 1990 a partir de uma pequena sociedade em nome individual sedeada em Coimbra e tendo como objectivo principal a transformação e comercialização de produtos do mar. Mais tarde foi constituida uma sociedade por quotas que daria lugar à FRIJOBEL SA que viria a deixar as velhas instalações de Coimbra e viria para Penela construir de raiz umas modernas instalações industriais, onde labora actualmente com os mais modernos equipamentos do sector e já com mais de oitenta trabalhadores.
Melhorar todos os dias é o lema desta empresa que é já a maior empregadora do Concelho de Penela, e por isso certificou em 2002 o seu sistema de qualidade de acordo com a norma NP EN ISO 9001 (2000) e implementou o HACCP para controlo dos seus produtos, fazendo questão em oferecer serviços de confiança. Para 2007, a FRIJOBEL S.A. terá como objectivo fazer a certificação na Norma NP EN ISO 22000 (2005), sistema de gestão da segurança alimentar. Um objectivo grandioso para uma empresa que nascendo pequena tem sabido crescer como nos disse o seu administrador Raul Vasconcelos: "Esta empresa não foi fundada com a dimensão que tem actualmente. Trata-se do crescimento de uma empresa muito pequena que começou a laborar em 1988 a partir de uma sociedade em nome individual. Nessa altura criei uma sociedade por quotas para mais tarde vir a ser transformada em sociedade anónima."
Apoio da Câmara
E foi precisamente por causa desse crescimento que a FRIJOBEL teve de abandonar Coimbra e hoje está colocada em Penela: "Em 1987 adquirimos os terrenos onde estão agora as actuais instalações aqui em Penela, já que a empresa embora incialmente estivesse estabelecida em Coimbra, começou a enfrentar algumas dificuldades, por causa da pressão imobiliária da cidade e da falta natural de espaço. Por outro lado a Câmara aqui em Penela criou condições especiais para que a empresa aqui se estabelecesse, nomeadamente com infraestruturas, água, luz e terraplanagem, já que este local aqui era um ermo que não tinha nada.
Em Coimbra tudo é muito demorado desde a apresentação dos projectos, às licenças etc. Aqui tudo foi bem mais fácil, depois de iniciado o projecto demorou um mês até ao início da construção"
Objectivo imediato: Exportação
A exportação surge para esta empresa como a sequência natural da sua actividade. Soube crescer e modernizar-se, dotando-se de meios modernos de produção e começa a sentir o "aperto" do mercado nacional, embora neste momento ainda tenha um grande peso na sua actividade: "Em termos de facturação a grande fatia está no mercado nacional com mais de 90 por cento. Neste momento para nós a exportação não é ainda significativa, mas entendo que será por aí precisamente que teremos de ir, porque o mercado nacional dá mostras de começar a ficar saturado, não poderá ser outro o caminho para promover o crescimento das empresas"começámos aqui com 16 funcionários e hoje temos à volta de noventa. As pessoas que aqui trabalham são daqui da região e neste momento somos o maior empregador aqui do concelho com uma rede de destribuição que hoje já cobre a totalidade do país e também já exportamos para alguns países da Europa, como Alemanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Inglaterra e Suiça". Ao apontar este caminho Raul Vasconcelos conta com novas dificuldades para uma empresa, cujo "histórico está no futuro", porque está aí uma nova geração a olhar a FRIJOBEL com um carinho muito especial: "Crescemos de uma pequena empresa de nome individual para o grupo que somos hoje, por isso costumo dizer que nós é que estamos a criar o nosso próprio histórico. Tenho uma filha que acaba de fazer uma pos-graduação em Gestão de Empresas depois de se ter licenciado em Psicologia, tenho um filho que está em Marketing, e tenho outra filha actualmente no 12º ano e pretende ir para Economia. Tudo se encaminha para que sejam eles a continuidade e o futuro da FRIJOBEL."
O futuro não assusta este empresário que soube crescer e construir um grupo económico sólido quase a partir do zero. E os seus objectivos não passam pelo longo prazo, mas privilegiam o crescimento sustentado de todos os dias, sem metas megalómanas mas nem por isso menos rigorosas: "aqui na empresa não traçamos realmente objectivos de longo prazo, os nossos objectivos são de crescimento anual sustentado e continuado. Até agora temos crescido uma média de 10 por cento/ano. Ninguém sabe na realidade o que vai acontecer no mercado daqui a dez anos por isso não vale a pena perder tempo com planeamentos desse tipo. O nosso crescimento é de todos os dias, o ano passado facturámos treze milhões. Para este ano apontamos para os 15 milhões".
É com este realismo que RAUL VASCONCELOS conduz a sua FRIJOBEL no sector extremamente concorrencial dos congelados onde o mercado é conquistado a palmo. Como o nosso entrevistado gosta de dizer: "o mar quando dá, dá para todos" e logo explica o que quer dizer: "A FRIJOBEL é como todas as empresas deste sector uma indústria de transformação de pescado congelado que compra a matéria prima aos armadores, capturado e congelado em alto mar, que posteriormente é cortado e preparado para o consumo final." – o facto de enfrentar uma concorrencia muito grande é desvalorizado por Raul Vasconcelos que diz que : "A concorrência da FRIJOBEL é muito séria porque já não há sectores onde não haja concorrência séria, já não há negócios fáceis. Há novos negócios, mas não há negócios fáceis…
Neste sector não há produtos únicos porque os mais vendáveis são precisamente aqueles que toda a gente tem, desde a pescada ao red fish, etc. O mar quando dá dá para todos, por isso apenas podemos concorrer pela diferença da imagem, ou pela qualidade que pomos em todos os produtos que apresentamos. Pode haver num determinado momento um peixe mais "esquisito" que uma empresa apresenta, mas se for sucesso e vender bem, passado um tempo já todos têm também".
Para enfrentar esta concorrência a FRIJOBEL tem para oferta mais de 200 referências de produtos. O que é um problema no dia-a-dia para conseguir níveis de produtividade ideais. Mas tem de ser assim e a empresa tem de oferecer tudo o que o mercado pretende: "Nós comercializamos toda a variedade de peixes e mariscos na vertente industrial, ou sejam aqueles que nós também transformamos, depois temos uma linha na vertente comercial onde nós só compramos e vendemos da mesma forma sem intervenção industrial. Mas o nosso forte é de facto o pescado onde temos acima de 200 referências de produtos, o que nem sempre é uma vantagem competitiva, porque nos países nórdicos por exemplo, é muito frequente as empresas trabalharem com um numero de referências muito pequeno, o que as torna muito competitivas, já que trabalham com um número muito menor de transformações e passam o dia a produzir o mesmo produto da mesma forma.
Com todos estes problemas de produtividade, que a própria especificidade impõe, a FRIJOBEL tudo faz para assegurar sempre uma boa relação de preço junto do cliente, desde que isso não implique o abaixamento dos níveis de qualidade que têm ajudado e permitido o crescimento da empresa no mercado. Para Raul Vasconcelos esse é um ponto de honra: "A nossa empresa da qualidade não abdica e perante o nosso padrão de qualidade tentamos fazer o nosso melhor preço. Não baixamos os nossos por causa do preço, podemos dizer que a qualidade é a nossa bandeira. Daí a razão de se encontrarem os produtos da FRIJOBEL no pequeno retalho, nas escolas, na restauração etc… Isto tem-nos permitido um crescimento anual sustentado. O ano passado facturámos treze milhões de euros e para este ano o objectivo está nos quinze milhões".