Esperamos, no entanto, que sirva como uma chamada de atenção para o drama de situações como esta…
Caro Sr. Presidente,
O meu nome é Sónia Alves Soares. Tenho 18 anos. Tenho uma filha que se chama Tatiana, com dois anos, que nasceu em New Bedford, Massachussetts, EUA.
Tinha 15 anos quando deixei Portugal para vir para os Estados Unidos e o meu visto da altura já expirou.
Fiz parte dos 367 trabalhadores que foram presos na acção de fiscalização por parte dos Serviços de Imigração na fábrica Michael Bianco, acção que desempenhou um papel vital no debate sobre a reforma da política de imigração nos EUA.
A 31 de Agosto de 2007 foi-me dada ordem de expulsão dos EUA. Foi-me dito pelos serviços de imigração que a minha filha também seria deportada.
Senhor Presidente: escrevo-lhe esta carta como última esperança. Desejo permanecer neste país com a minha filha que já nasceu cá. Vim para os EUA ainda menor. Tenho apenas alguns familiares em Portugal. Aprecio todos os seus esforços para a reforma do sistema de imigração nos Estados Unidos.
Peço-lhe que interceda em nome da minha filha que é americana para que ela não seja deportada. Eu não sou nenhuma criminosa nem nunca tive nenhum problema com a justiça americana. Foi-me dada ordem de expulsão pelos Serviços de Imigração Americanos e não fui ouvida durante o processo.
Se a minha filha Tatiana for deportada vai ser uma cidadã ilegal em Portugal. Não terá nenhum documento de identificação. Não irá ter assistência médica e direito
a outros serviços básicos.
Sei que me pode ajudar e à Tatiana. Por favor não deixe que ela seja deportada.
Eu não sou uma criminosa, apenas uma jovem mãe que ama a sua filha.
Agradeço-lhe desde já o facto de liderar o país que representa a esperança no mundo.
Obrigado pela atenção amável nesta matéria,
Sónia Alves Soares