Idanha apresenta projecto para fábrica de bioetanol

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A Global Green, sociedade anónima sedeada em Idanha-a-Nova, vai apresentar à Agência Portuguesa para o Investimento (API) um projecto para “a primeira fábrica europeia de bioetanol a partir de cana do açúcar”, disse à Agência Lusa fonte da empresa.

Segundo Luís Manso, técnico da Global Green, “o investimento está orçado em 140 milhões de euros e vai ser candidatado ao Sistema de Reconhecimento e Acompanhamento dos Projectos de Potencial Interesse Nacional (PIN)”. O projecto aponta para o uso da cana do açúcar e sorgo sacarino como matérias-primas em vez de cereais (como o milho), aproveitando o facto das experiências com plantações terem sucesso na região. “Trata-se de investigação com potencial para podermos replicar noutros ponto da Europa”, disse aquele responsável. O investimento contempla ainda a construção de uma central de biomassa para produção de energia com os resíduos da fábrica de bioetanol e a criação de um centro de investigação para aplicações daquele combustível alternativo. Segundo Luís Manso, prevê-se que o projecto crie 70 postos de trabalho especializados e muitos mais indirectos, nomeadamente através da dinamização de culturas de cana do açúcar e sogro. Espera-se ainda que as matérias-primas possam revitalizar o sector agrícola e servir de alternativa à produção de tabaco, cujas ajudas directas à produção cessam em 2009, sendo o montante canalizado, a partir de 2010 e até 2013, para a reconversão da cultura. Para além da vertente agrícola, “o projecto tem uma forte componente tecnológica”, sublinhou Luís Manso. “O centro de investigação tem como objectivo estudar novas aplicações do bioetanol, para além da utilização como biocombustível”, disse, dando como exemplo a produção de plásticos 100 por cento recicláveis. “Pretendemos trabalhar em estreita colaboração com as instituições de ensino superior”, tal como já acontece com a Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco, onde foram feitos os primeiros testes de produção de bioetanol a partir de cana do açúcar plantada na região. Nos testes realizados, “as culturas deram-se bem com o clima, em particular com as temperaturas. Resistiram a geadas, inclusivamente”, explicou. De acordo com a ESA, a Campina de Idanha, a Cova da Beira e a zona sul de Castelo Branco têm aptidão para as plantações. A apresentação formal do projecto depende actualmente da indicação dos terrenos de implantação, “que estão a ser negociados pela Câmara de Idanha-a-Nova, que apoia o projecto”, afirmou Luís Manso. “Só com o local definido podemos avançar com a candidatura PIN”, acrescentou. Luís Manso não arrisca prazos para a concretização do projecto, uma vez que depende também do concurso a lançar pelo Governo para a atribuição de licenças para a produção de bioetanol, que espera “aconteça até final de Setembro”. “Uma coisa é certa: as infra-estruturas levam pelo menos um ano a instalar”, disse.

O bioetanol é um biocombustível obtido através da fermentação alcoólica de açúcares e que pode ser misturado na gasolina e gasóleo para reduzir a emissão de gases poluentes para a atmosfera. No passado mês de Março, os líderes da União Europeia estabeleceram como objectivo que, até 2020, 20 por cento da energia consumida em cada país provenha de fontes renováveis, com um mínimo de 10 por cento de biocombustíveis nos casos da gasolina e gasóleo para transporte.

 

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