O governo português está muito preocupado com a situação dos trabalhadores portugueses na Suíça, que receiam perder direitos laborais e sociais, e vai interceder junto da associação patronal suíça, disse esta seman à Lusa fonte sindical.
Segundo Margarida Pereira, secretária sindical do Sindicato UNIA, contactada telefonicamente a partir de Lisboa, a posição do governo português foi expressa na reunião realizada hoje na embaixada de Portugal em Berna, com o secretário de Estado das Comunidades, António Braga.”No encontro com uma delegação da direcção do Sindicato UNIA, António Braga manifestou grande preocupação em relação à situação dos 22 mil trabalhadores portugueses”, precisou Margarida Pereira.
A maioria dos trabalhadores portugueses inscritos no UNIA labora no sector da construção civil. “António Braga predispôs-se a interceder junto da associação patronal suíça a favor da manutenção e da defesa dos direitos dos trabalhadores portugueses da construção civil”, acrescentou Margarida Pereira.
Em causa está o anúncio da Sociedade dos Empreiteiros Suíços, no passado dia 23 de Maio, sobre a intenção de rescindir a Convenção Colectiva de Trabalho a nível nacional, com efeitos a partir de finais de Setembro.”Com esta resolução, o patronato abre caminho à desregulamentação das condições de trabalho num dos ramos mais importantes da economia suíça, o da construção civil”, frisou a dirigente sindical.
O encontro dos dirigentes sindicais com o secretário de Estado português realizou-se no âmbito da visita de trabalho que António Braga está a efectuar à Suíça, e que termina sexta-feira, e que inclui um encontro com o presidente da Federação das Associações do Patronato da Construção Civil, Werner Messmer. No passado dia 29 de Junho, centenas de portugueses manifestaram-se em Luzerna, Suíça, juntamente com milhares de outros trabalhadores do sector da construção, para contestar a decisão da sociedade de empreiteiros suíços de rescindir o contrato colectivo do sector.
Margarida Pereira sublinhou que António Braga salientou “ser da competência do governo português acompanhar os cidadãos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro”.
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