O actor Henrique Viana, 71 anos, cuja carreira se estendeu por mais de 50 anos, morreu hoje no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, vítima de cancro, disse hoje à agência Lusa fonte da Casa do Artista.
O actor pisou o palco pela primeira vez na Sociedade Guilherme Cossoul, de que era o sócio número 8, e o seu último trabalho foi no filme “O julgamento”, de Leonel Vieira, que se estreará em Novembro.
Henrique dos Santos Viana nasceu em Lisboa, a 29 de Junho de 1936, frequentou a Escola Industrial Fonseca Benevides e começou nas lides teatrais na Guilherme Cossoul.
“Nem pensava sequer seguir a carreira de actor”, como confidenciou à Lusa em Dezembro de 2005, por ocasião dos 120 anos daquela sociedade recreativa. “Se sou actor, devo-o à Guilherme Cossoul, pois foi aí que comecei a minha carreira e a ela devo a minha formação como homem”, disse então Henrique Viana, realçando a “camaradagem e o espírito de solidariedade” característicos da instituição.
“Amanhã há récita”, de Varela Silva, foi a peça em que se estreou, juntamente com Luís Alberto, corria o ano de 1956. Ainda como amador na Guilherme Cossoul integrou o elenco de “O dia seguinte”, de Luís Francisco Rebello, e “Catão”, de Almeida Garrett, até que “a grande senhora do teatro, Amélia Rey Colaço” o convidou para fazer um “teste” no Nacional D. Maria II.
O resultado positivo desse teste levou-o a não concluir o Conservatório Nacional, onde se inscrevera em 1959, estreando-se no palco do Rossio em “O lugre”, de Bernardo Santareno, com encenação de Pedro Lemos, com quem voltaria a trabalhar.
Contracenou com vários actores ao longo dos mais de 50 anos de carreira, nomeadamente com Palmira Bastos em “A visita da velha senhora” de Friedrich Durrenmatt (1960) encenado por Luca de Tema.
Em 1962 passa a integrar a Empresa de Teatros Vasco Morgado, estreando-se na alta comédia em “Loucuras de papá e de mamã” de Alfonso Paso, encenada por Manuel Santos Carvalho, no Teatro Avenida, em Lisboa.
Nesta altura, Henrique Viana estreia-se também no cinema sob a direcção de Pedro Martins, no filme “Aqui há fantasmas” (1963), o primeiro de uma longa lista de cerca de meia centena de títulos, tendo trabalhado com realizadores como Henrique Campos, João Botelho, João César Monteiro, Luís Filipe Rocha, José Fonseca e Costa, João Mário Grilo, Maria de Medeiros e Leonel Vieira em “O julgamento”, que estará nos ecrãs nacionais no Outono.
Em 1967, no Teatro Variedades, estreia-se na Revista em “Sete Colinas” de César de Oliveira, Rogério Bracinha e Paulo Fonseca.
No ano seguinte funda com outros actores, encenadores e artistas plásticos o Teatro do Nosso Tempo, onde protagonizou “O porteiro” de Harold Pinter. A experiência foi efémera, porquanto no ano seguinte Viana integra o elenco do Teatro da Estufa Fria e entra em várias peças, nomeadamente “O irmão”, de David Mourão-Ferreira, encenada por Orlando Vitorino. A partir de 1971 na companhia do Teatro Villaret, ao lado de Raul Solnado alcança um dos seus maiores êxitos com “O vison voador”. Permanece até 1973 nesta companhia, onde participa em várias peças sob a direcção de Paulo Renato e Adolfo Marsilach. Em 1973 regressa à revista, no Teatro ABC, com “Tudo a nu”, de Francisco Nicholson, Mário Alberto e Gonçalves Preto.
Em 1974 faz parte do grupo fundador do Teatro Adoque, um de cujos objectivos era “renovar a revista à portuguesa”. No Adoque, Viana entra nas revistas “Pides na grelha”, “CIA dos cardeais”, entre outras, estreando-se como autor neste teatro com “Ó Calinas cala a boca” (1977), em parceria com Ary dos Santos, Francisco Nicholson e Gonçalves Preto.
É nesta época que grava os seus dois primeiros discos, precisamente de rábulas do Calinas que fizera para um programa radiofónico.
Volta a trabalhar com Solnado em “A tocar é que a gente se entende” e regressa em 1982 ao Adoque para a última revista deste teatro, intitulada “Tá entregue à bicharada”. Viana continua a trabalhar na revista e no ABC será uma das cabeças de cartaz de “É sempre a aviar” (1982/1983). Faz um interregno na revista para interpretar uma comédia de Adolfo Marsillach, que já o tinha dirigido no Villaret, e participar em “Hedda Gabler”, de Henrik Ibsen, com encenação de Carlos Quevedo.
Na televisão foi um dos actores mais requisitados a partir da década de 1980. Participou no tele-romance “Chuva na areia” (1985), de Luís Sttau Monteiro, contracenando, entre outros, com Rui Mendes, Virgílo Teixeira, Mariana Rey Monteiro, Alina Vaz, Manuela Maria, Laura Soveral e Natália Luiza. “Sozinhos em casa” (1993), que protagonizava com Miguel Guilherme, “Os imparáveis” (1996), “Camilo na prisão” (1998) em que contracenava com Camilo de Oliveira, “Esquadra de Polícia” (1999), “Alves dos Reis”, “Processo dos Távoras” (2001), “Inspector Max” (2005), “Bocage” (2006), “Paixões proibidas” (2007) foram outras séries televisivas em que participou.
O actor pisou o palco pela primeira vez na Sociedade Guilherme Cossoul, de que era o sócio número 8, e o seu último trabalho foi no filme “O julgamento”, de Leonel Vieira, que se estreará em Novembro.
Henrique dos Santos Viana nasceu em Lisboa, a 29 de Junho de 1936, frequentou a Escola Industrial Fonseca Benevides e começou nas lides teatrais na Guilherme Cossoul.
“Nem pensava sequer seguir a carreira de actor”, como confidenciou à Lusa em Dezembro de 2005, por ocasião dos 120 anos daquela sociedade recreativa. “Se sou actor, devo-o à Guilherme Cossoul, pois foi aí que comecei a minha carreira e a ela devo a minha formação como homem”, disse então Henrique Viana, realçando a “camaradagem e o espírito de solidariedade” característicos da instituição.
“Amanhã há récita”, de Varela Silva, foi a peça em que se estreou, juntamente com Luís Alberto, corria o ano de 1956. Ainda como amador na Guilherme Cossoul integrou o elenco de “O dia seguinte”, de Luís Francisco Rebello, e “Catão”, de Almeida Garrett, até que “a grande senhora do teatro, Amélia Rey Colaço” o convidou para fazer um “teste” no Nacional D. Maria II.
O resultado positivo desse teste levou-o a não concluir o Conservatório Nacional, onde se inscrevera em 1959, estreando-se no palco do Rossio em “O lugre”, de Bernardo Santareno, com encenação de Pedro Lemos, com quem voltaria a trabalhar.
Contracenou com vários actores ao longo dos mais de 50 anos de carreira, nomeadamente com Palmira Bastos em “A visita da velha senhora” de Friedrich Durrenmatt (1960) encenado por Luca de Tema.
Em 1962 passa a integrar a Empresa de Teatros Vasco Morgado, estreando-se na alta comédia em “Loucuras de papá e de mamã” de Alfonso Paso, encenada por Manuel Santos Carvalho, no Teatro Avenida, em Lisboa.
Nesta altura, Henrique Viana estreia-se também no cinema sob a direcção de Pedro Martins, no filme “Aqui há fantasmas” (1963), o primeiro de uma longa lista de cerca de meia centena de títulos, tendo trabalhado com realizadores como Henrique Campos, João Botelho, João César Monteiro, Luís Filipe Rocha, José Fonseca e Costa, João Mário Grilo, Maria de Medeiros e Leonel Vieira em “O julgamento”, que estará nos ecrãs nacionais no Outono.
Em 1967, no Teatro Variedades, estreia-se na Revista em “Sete Colinas” de César de Oliveira, Rogério Bracinha e Paulo Fonseca.
No ano seguinte funda com outros actores, encenadores e artistas plásticos o Teatro do Nosso Tempo, onde protagonizou “O porteiro” de Harold Pinter. A experiência foi efémera, porquanto no ano seguinte Viana integra o elenco do Teatro da Estufa Fria e entra em várias peças, nomeadamente “O irmão”, de David Mourão-Ferreira, encenada por Orlando Vitorino. A partir de 1971 na companhia do Teatro Villaret, ao lado de Raul Solnado alcança um dos seus maiores êxitos com “O vison voador”. Permanece até 1973 nesta companhia, onde participa em várias peças sob a direcção de Paulo Renato e Adolfo Marsilach. Em 1973 regressa à revista, no Teatro ABC, com “Tudo a nu”, de Francisco Nicholson, Mário Alberto e Gonçalves Preto.
Em 1974 faz parte do grupo fundador do Teatro Adoque, um de cujos objectivos era “renovar a revista à portuguesa”. No Adoque, Viana entra nas revistas “Pides na grelha”, “CIA dos cardeais”, entre outras, estreando-se como autor neste teatro com “Ó Calinas cala a boca” (1977), em parceria com Ary dos Santos, Francisco Nicholson e Gonçalves Preto.
É nesta época que grava os seus dois primeiros discos, precisamente de rábulas do Calinas que fizera para um programa radiofónico.
Volta a trabalhar com Solnado em “A tocar é que a gente se entende” e regressa em 1982 ao Adoque para a última revista deste teatro, intitulada “Tá entregue à bicharada”. Viana continua a trabalhar na revista e no ABC será uma das cabeças de cartaz de “É sempre a aviar” (1982/1983). Faz um interregno na revista para interpretar uma comédia de Adolfo Marsillach, que já o tinha dirigido no Villaret, e participar em “Hedda Gabler”, de Henrik Ibsen, com encenação de Carlos Quevedo.
Na televisão foi um dos actores mais requisitados a partir da década de 1980. Participou no tele-romance “Chuva na areia” (1985), de Luís Sttau Monteiro, contracenando, entre outros, com Rui Mendes, Virgílo Teixeira, Mariana Rey Monteiro, Alina Vaz, Manuela Maria, Laura Soveral e Natália Luiza. “Sozinhos em casa” (1993), que protagonizava com Miguel Guilherme, “Os imparáveis” (1996), “Camilo na prisão” (1998) em que contracenava com Camilo de Oliveira, “Esquadra de Polícia” (1999), “Alves dos Reis”, “Processo dos Távoras” (2001), “Inspector Max” (2005), “Bocage” (2006), “Paixões proibidas” (2007) foram outras séries televisivas em que participou.