![]() | São três décadas de trabalho intensivo e dedicação à comunidade portuguesa no Luxemburgo. Padre Belmiro Narino chegou em 1977 para ser responsável por “uma paróquia pessoal, não territorial”, que tem jurisdição sobre toda a população de língua portuguesa. Acompahou ao longo dos últimos 30 anos a evolução da presença portuguesa e diz que ainda vale a pena emigrar para aquele país. Mas deixa um alerta: “isto não é o «Eldorado» que se pensa”. |
Como era a comunidade há 30 anos atrás?
Era muito mais pequena. A maior parte dos que estão agora, ainda pertencem ao grupo dos que vieram primeiro.
Os que chegaram mais recentemente, são um pouco diferentes.
Os que vieram primeiro criaram o núcleo da comunidade, vieram à procura de trabalho, não esperaram que o trabalho lhes fosse bater à porta. Por isso é que me parece que os emigrantes não são bem iguais à totalidade dos portugueses que ficaram em Portugal. São iguais a alguns.
A emigração portuguesa para o Luxemburgo está a aumentar?
Há um novo surto de emigração, e são bastantes jovens.
E ainda se consegue um lugar para eles, se vierem bem informados. Uma pessoa sozinha, consegue arranjar trabalho, passado algum tempo. Mas o que tem acontecido ultimamente, é que chegam aqui famílias, que trazem algum dinheiro mas depois vêem que não é fácil arranjar trabalho imediatamente.
Antigamente, chegava primeiro o pai, que depois chamava a família…
E é o que devem continuar a fazer agora.
Quais conselhos daria aos portugueses que quisessem emigrar para o Luxemburgo?
Isto não é o «Eldorado» que se pensa. Venham, se tiverem alguém que os possa alojar provisoriamente. Porque, se estiverem dispostos a encontrar qualquer trabalho, não é difícil, mas também não acontece de um dia para o outro. Por isso é preciso que tenham alguém que lhes dê um apoio em termos de domicílio.
Batem à sua porta muitos portugueses a pedir ajuda?
Batem bastantes, e alguns são crónicos. Jovens que vieram, não tiveram boa preparação nem foram bem acolhidos no trabalho.
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