A comunidade portuguesa não pode ainda descansar totalmente, apesar de “alguns recados” que o próprio presidente Chavez mandou ao “Encontro de Gerações”, no entanto não teve agenda disponível para receber o Secretário de Estado das Comunidades, António Braga que terminou no passado domingo uma visita de quatro dias a Caracas, “muito rica em termos de contactos” segundo o próprio e que resultou em acordos e acções de cooperação entre Portugal e a Venezuela.
O grande objectivo da viagem era no entanto um encontro com o Presidente Chavez que tranquilizaria definitivamente a Comunidade Portuguesa. Por isso o encontro foi prepareado cuidadosamente em Lisboa pelo próprio Embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón Romero e o Secretário de Estado levou consigo o actual Director Geral dos Assuntos Consulares, José da Costa Arsénio, que como é sabido desempenhou funções de embaixador em Caracas e goza de grande prestígio junto das autoridades do país.
Em declarações à agência Lusa, afirmou que as conversas mantidas com os diferentes titulares do governo da Venezuela se inserem num quadro alargado de estreitamento das relações entre os dois países”.
“Em primeiro lugar porque temos uma tradição antiga de relacionamento muito bom e, em segundo, porque nos responsabiliza mais o facto de aqui viverem cerca de 600 mil” luso-descendentes e luso-venezuelanos, disse.
Os encontros centraram-se “na cooperação entre os dois países”, na necessidade de rever acordos assinados no passado e dar-lhes aplicação prática, de aprofundar a cooperação conjunta no combate ao narcotráfico, que afecta Portugal e a Venezuela porque “são países de passagem de droga e têm problemas afins”.
Visaram também “dar vida” a um novo acordo para evitar a dupla tributação, “uma matéria muito importante e muito oportuna porque há muitos cidadãos que vivem na Venezuela, mas também têm vida em Portugal”.
Por meio desse convénio evitaremos que haja uma dupla tributação do seu património e rendimentos”, explicou.
Durante a visita, António Braga percebeu que “do ponto de vista da defesa dos interesses da comunidade”, houve “alguns mal-entendidos e situações menos claras” relacionados com as dezenas de encerramentos, nos últimos meses, de estabelecimentos comerciais de portugueses e luso-venezuelanos, por alegadas irregularidades formais de carácter tributário.
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