Tal como escrevi no anterior artigo, "os últimos serão os primeiros", pelo que começarei este conjunto de textos sobre a recente deslocação que fiz à América do Sul, pela Bolívia, deixando para posterior abordagem o Chile e o Peru, que foram os dois Países onde então primeiro estive.
Quando me desloco a um País, preparo sempre com cuidado tudo o que está relacionado com uma ida para uma realidade que não é aquela que vivo em Portugal.
Por exemplo, antes de deixar Lisboa, elaboro um plano sobre o que pretendo visitar, fazer, comer, comprar, no meu próximo destino.
Quando se trata de uma primeira visita, tenho um particular cuidado na preparação citada anteriormente.
Procuro informar-me sobre o País, nos domínios histórico, cultural, social, político, religioso, conhecer os factos e acontecimentos, remotos e recentes, mais marcantes, e, em paralelo, tento identificar o que me interessa fazer, a fim de configurar devidamente um programa de estadia.
No caso da Bolívia, na altura em que preparava a deslocação, foi difícil encontrar os dados que desejava.
Não sei se pelo facto deste País ser o mais pobre da América do Sul, se pela vida política, bem agitada, que tem tido desde a sua independência em 6 de Agosto de 1825, se por ainda não constituir um destino turístico muito procurado, ou, por quaisquer outras razões, repito pois, na fase de preparação da viagem, não consegui documentar-me como pretendia.
Daqui resultou, que programei uma visita de poucos dias aquele País.
Cerca de uma semana antes de dar início à deslocação, pessoa amiga indicou-me um site electrónico sobre a Bolívia, que, por sua vez, mencionava outros sites sobre a mesma temática.
E, só nessa altura, me apercebi que esta Nação Sul-Americana justificava uma visita mais prolongada!
Agora, depois de ter estado na Bolívia e me considerar razoavelmente identificado com o que posso visitar, ver, fazer, como escrevi no título deste artigo, "A Bolívia justifica nova visita".
E, ainda para mais, se a permanência programada já era curta, ainda tive o azar de "apanhar" com uma greve dos pilotos da "Lloyd Boliviana", que era a companhia em que iria voar de Lima para La Paz!
Apenas fui confrontado com esta situação, quando, no aeroporto da capital Peruana, fui fazer o check-in do voo para La Paz, e, no respectivo balcão, me disseram que os pilotos estavam em greve….
É inacreditável!
A agência turística que me prestava apoio no Peru, a "Condor Travel", desde o dia em que me foi buscar ao aeroporto, quando chegava do Chile, até à ida para a Bolívia, esqueceu-se de me informar que a "Lloyd Boliviana" estava em greve….
Sublinhe-se que, quando cheguei a Lima vindo de Santiago do Chile, já o problema laboral existia!
Enfim…
Bem, apesar destes percalços, tive um imenso prazer em ter estado na Bolívia.
Mais uma vez, visitei uma realidade completamente diferente da Portuguesa.
A Bolívia que eu agora conheci, no que se refere ao passado remoto, tem uma história riquíssima, como resultado da existência, no que é hoje território Boliviano, do Império Inca, e, quanto aos desenvolvimentos pós-independência, a cronologia e o conteúdo dos diversos acontecimentos são claras evidências da vida conturbada que o País tem vivido desde 1825, e que, lamentavelmente, conduziram ao estado de subdesenvolvimento que hoje é perfeitamente constatável.
Neste País de pessoas simpáticas e hospitaleiras, podem visitar-se autênticas preciosidades do Império Inca ou evidências do que de belo e espectacular a natureza é capaz de nos proporcionar.
Por exemplo, em Tiahuanaco, na Isla del Sol ou em Kalalmata encontram-se importantes testemunhos do Império Inca, sendo o Lago Titicaca, o lago navegável situado a maior altitude em todo o Mundo, 3.810 metros acima do nível do mar, o Salar de Uyuni, o deserto de sal com maior extensão no Planeta, a 3.650 metros acima do nível do mar, ou as formações rochosas do Valle de La Luna, inequívocas demonstrações do que a natureza nos pode oferecer de surpreendente e bonito.
É pois este binómio, história plena de expressivas referências e marcas culturais com hotéis dispondo de boas condições e que não são caros, comida típica "estimulante" e verdadeiramente barata (como exemplos, alojamento e pequeno almoço num hotel de 5 estrelas, em La Paz e muito bem localizado, por cerca de € 60 Euros, sessenta Euros, não é engano…, ou então, uma refeição completa, incluindo aperitivo, sobremesa e digestivo, num bom restaurante da capital Boliviana, por mais ou menos € 6, seis Euros), é pois este precioso binómio, que faz com que a Bolívia seja um excelente destino para Turismo.
Acrescentando-se ainda a existência de programas turísticos internos bem delineados, com guias documentados e a preços deveras apelativos, artesanato com custo "demasiado" acessível, tudo enquadrado por múltiplos locais em que a natureza caprichou,
Sintoma do anteriormente referido, de acordo com informação recolhida em local, é o facto de já se registarem fluxos turísticos que se podem caracterizar com algum significado, sendo de destacar os que têm origem na Alemanha, Israel e Estados Unidos da América.
No próximo artigo continuarei a escrever sobre este País Andino.
Rui Oliveira e Sousa
Maio de 2006
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