Os seis vereadores do PSD na Câmara de Lisboa confirmaram hoje que vão renunciar ao mandato na autarquia, seguindo a orientação do líder dos sociais-democratas, uma decisão que será formalizada em reunião extraordinária do executivo.
Os vereadores do PSD – Marina Ferreira, Sérgio Lipari Pinto, José Amaral Lopes, António Prôa, Rodrigo Saraiva e Paulo Moreira – não acompanham assim a decisão de Carmona Rodrigues, que quinta-feira anunciou que pretendia manter-se no cargo.
Numa declaração à imprensa nos Paços do Concelho, a vice-presidente da autarquia, Marina Ferreira, acompanhada pelos restantes cinco vereadores do PSD no executivo, não esclareceu no entanto se a renúncia abrange também os suplentes eleitos na lista social-democrata.
A autarca adiantou que o presidente, Carmona Rodrigues (independente eleito pelas listas do PSD), lhe pediu para transmitir que não pretende formar uma nova equipa recorrendo aos suplentes.
«O senhor presidente diz que não vai a jogo com segundas ou terceiras equipas», adiantou a vice-presidente, explicando que esta foi uma informação que lhe foi transmitida pelo presidente da Câmara de Lisboa, que lhe terá pedido para a comunicar aos jornalistas.
A autarca desafiou ainda a oposição «a vir também abertamente a jogo antecipar as eleições».
Em relação ao vereador Pedro Feist (independente eleito pelas listas do PSD), Marina Ferreira disse estar mandatada por este autarca para transmitir que «ele se sente perfeitamente integrado na equipa que foi liderada pelo professor Carmona Rodrigues e que se candidatou sob a égide do PSD».
A vice-presidente da Câmara não quis prestar mais esclarecimentos em relação à eventual atitude a tomar por Pedro Feist.
A autarca social-democrata defendeu a realização de eleições intercalares na autarquia lisboeta «no mais curto» prazo.
«Nós, vereadores do PSD, com sentido de responsabilidade e solidariedade que caracteriza a nossa militância partidária, e também como sempre em atenção ao interesse da cidade de Lisboa, consideramos que no mais breve espaço de tempo devem ser favorecidas as eleições intercalares», sustentou a vice-presidente.
Para formalizar a renúncia, os vereadores sociais-democratas pediram ao presidente da Câmara Municipal a convocação de uma reunião extraordinária do executivo.
«Foi um período de trabalho intenso que tivemos nesta autarquia, ao serviço da cidade. Estamos orgulhosos do trabalho que fizemos. Temos pena que do ponto de vista político não tenhamos condições para levar este mandato até ao fim, mas temos também a certeza de que esta é a atitude mais responsável para com a cidade de Lisboa e por isso estamos preparados para avançar o mais depressa possível para eleições», referiu.
Questionada sobre se as eleições intercalares devem estender-se à Assembleia Municipal de Lisboa, Marina Ferreira respondeu que aquele é um «órgão diferente, com uma legitimidade própria».
«Não estamos aqui para fazer comentários ao funcionamento de outros órgãos», sustentou.
Os autarcas seguiram a orientação do líder do partido, Marques Mendes, que quarta-feira defendeu a realização de eleições intercalares na autarquia lisboeta, considerando não haver «condições políticas» para gerir a Câmara de Lisboa «com eficácia», pelo que a melhor solução seria «devolver a palavra ao povo».
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