O aumento de utentes e pedidos de informação registados desde Janeiro último está a afectar o funcionamento do Consulado de Portugal em Caracas, que se ressente com a falta de funcionários.
O alerta é do cônsul Teles Fazendeiro.
“No dia-a-dia sinto bastante a falta de funcionários”, disse o cônsul à Agência Lusa, destacando que “o número de funcionários do consulado não aumentou, apesar do aumento significativo de movimento”. Teles Fazendeiro frisou ainda que “a maioria dos funcionários é efectiva e tem direito ao regime de férias português”. “A equipa, durante grande parte do ano nunca está completa, o que obriga a um esforço suplementar de todos para fazerem as suas tarefas e as de outros colegas”, realçou. “É um grande esforço, solidariedade e espírito de equipa pelo qual tenho que felicitar os meus funcionários”, insistiu.
Informação sobre nacionalidade
Segundo o diplomata, o consulado já não tem meios para emitir mais passaportes e bilhetes de identidade, ao ritmo a que são pedidos. O cônsul referiu ainda que já “anteriormente se sentia a falta de funcionários” porque “o Consulado tem há muitos anos um grande movimento de actos”. Porém, sublinha, nos últimos meses, “houve um grande aumento da procura dos serviços, que se nota a todos os níveis, designadamente até na própria emissão de documentos”.
Em Janeiro de 2007, a média de pessoas que procuravam diariamente ao Consulado Geral de Portugal em Caracas passou de 200 para 300 e mais recentemente para quase 400 pessoas.
Exemplificando, o diplomata explicou que no último dia 24 de Abril “foram contabilizadas 375 pessoas” e que entre os actos realizados, contam-se “40 passaportes emitidos, 40 Bilhetes de Identidade e 20 pedidos de nacionalidade portuguesa”. “Isto, além de outros actos em menor número, como procurações, certificados de residência e pedidos de visto, que temos todos os dias e que ocupam os funcionários”, acrescentou. “Sobretudo o que aumentou muito foram os pedidos de informação sobre nacionalidade” que não são contabilizados, disse o diplomata.
Além da falta de pessoal, Teles Fazendeiro refere que também o espaço físico do consulado é insuficiente “para receber tantas pessoas”, acrescentando que também “os pedidos de informações transformam-se em marcações para atendimento”, agendadas para dois ou três meses mais tarde.
Questionado sobre um possível aumento de pessoas a querer regressar a Portugal, o cônsul refere que não tem essa noção, justificando que os pedidos se devem sobretudo ao “conforto em obter o passaporte português/União Europeia”.
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