O XII Salão Internacional do Vinho, do Pescado e do Agro-Alimentar (SISAB) foi o ponto de encontro de 1349 empresários, entre produtores portugueses e importadores estrangeiros e portugueses, radicados em mais de 52 países. Durante três dias, o Pavilhão Atlântico, em Lisboa, foi palco da maior feira internacional realizada em Portugal, unicamente voltada para os produtos portugueses e aberta exclusivamente aos profissionais destes sectores.
Os produtos dos sectores alimentar e de bebidas representam para Portugal, dois mil milhões de euros em exportações. Valor que representa, cerca de sete por cento do total das exportações nacionais. Estas foram revelações feitas pelo Secretário de Estado da Agricultura, que presidiu à sessão de abertura do XII SISAB, perante uma plateia de mais de mil empresários. “No último ano crescemos cerca de 11 por cento, o que mostra claramente, o reforço da capacidade de competitividade que estes sectores têm registado no nosso país”, sublinhou ainda Luís Vieira, que esteve presente na sessão de abertura do certame, em representação do primeiro-ministro, José Sócrates.
A sessão de abertura da décima segunda edição do SISAB – que decorreu entre 12 e 14 de Fevereiro – foi conduzida pelo organizador do certame, Carlos Morais. Além do secretário de Estado da Agricultura, marcaram presença, entre outras autoridades, Marques da Cruz – então presidente do ICEP Portugal (Instituto das Empresas para os Mercados Externos); Ivo Cruz – vice-presidente da API (Agência Portuguesa para o Investimento); Henrique Monteiro, Director-Geral das Pescas, Paulo Rodrigues, do Instituto do Vinho, Bordados e Artesanato da Madeira, José Luís Amaral, Director Regional das Pescas dos Açores, e Dionísio Barun, da TAP.
Carlos Morais deu as boas vindas aos participantes e frisou que o XII SISAB recebeu este ano “a maior comitiva de sempre de empresários estrangeiros”. O organizador avançou com números que dão conta da presença de mais de 500 empresários, oriundos de 52 países. Nesse âmbito, destacou algumas delegações «de peso», como a do Brasil, com a presença confirmada de 50 empresários – entre os quais representantes das maiores redes de supermercados daquele país. A Hungria, com 27 participantes, a Sérvia, com a presença de 26 empresários, o Japão, a República Checa, a Polónia e a Holanda, foram outros dos países referenciados pelo organizador do certame como aqueles onde foi feito “um esforço muito significativo” que se traduziu num aumento de participantes. “Todo o evento é feito, para fazerem negócios. O nosso objectivo é que a interacção entre as empresas portuguesas e os empresários do estrangeiro, assegure ano após ano, em Fevereiro, a presença em Portugal de uma plateia como esta. O SISAB pretende ser uma «pedrada no charco», na promoção dos produtos portugueses”, finalizou o organizador.
Mais 11 por cento em exportações
Marques da Cruz apresentou na sessão de abertura alguns números relacionados com a produtividade dos sectores alimentar e de bebidas, nomeadamente no que concerne à exportação. Depois de destacar que “o sector agrícola e alimentar português é um grande sector da exportação” para o país, o presidente do ICEP revelou que Portugal exportou em 2006, “mais 11 por cento de produtos agrícolas e alimentares”. Referindo-se particularmente aos mercados fora da União Europeia, o responsável revelou ainda que os produtos que estiveram representados durante os três dias de realização do SISAB, “cresceram o número fantástico de 25,9 por cento”.
Em termos de produtos, Marques da Cruz revelou ainda aqueles que mais cresceram, em termos de exportação, em 2006: os azeites e óleos, tiveram um crescimento de 25 por cento, seguidos pelos produtos do mar, com um crescimento na ordem dos 19,1 por cento. O vinho, teve um incremento de dez por cento, embora, como sublinhou Marques da Cruz, “esses dez por cento representem muito” tendo em conta o peso deste produto na economia portuguesa. Em representação da Agência Portuguesa para o Investimento (API), Ivo Cruz falou deste organismo – alvo de uma fusão com o ICEP, dando origem à Agência para o Investimento, Comércio e Exportações e Portugal (AICEP). O vice-presidente da API começou por destacar o forte envolvimento do organismo a que está ligado, com investimentos de ordem tecnológica, “das tecnologias de ponta, em todas as áreas do investimento estrangeiro ou de internacionalização da economia voltada para a modernização do sector produtivo”.
Investimentos a que não estarão alheios, segundo o responsável, os produtos tradicionais, que considerou “uma trave mestra do desenvolvimento da economia portuguesa”. Segundo Ivo Cruz, os produtos tradicionais portugueses “correspondem a um perfil económico”.
Dois mil milhões
Falando de seguida, o secretário de Estado da Agricultura, agradeceu em nome do Governo, a presença dos cerca de 500 importadores estrangeiros presentes no certame para tomarem conhecimento da realidade portuguesa em termos de produtos alimentares e bebidas. “Já acompanho esta iniciativa há alguns anos e é agradável ver, como membro do Governo, que todos os anos aparecem mais participantes, cada vez mais interessados, e que, ao mesmo tempo, conseguem através desde evento, encontrar intercâmbios em termos de comércio internacional”, destacou Luís Vieira.
Para sublinhar a importância dos sectores representados no SISAB, o governante revelou que os produtos alimentares e bebidas “representam, em termos de exportações de Portugal, dois mil milhões de euros, isto é, cerca de sete por cento do total das nossas exportações”.
Destacando que “os tempos são de grande dificuldade”, o governante lembrou aos empresários presentes, que mais mercado “significa mais concorrência” e alertou para o facto de os mercados globais estarem cada vez mais exigentes. Mercados em que “cada vez mais”, os consumidores são aqueles que “determinam as regras do jogo”.
Por isso, sublinhou ser necessário que as empresas portuguesas tenham “ambição, vontade e motivação para se internacionalizarem, para escolherem as melhores parcerias”, de maneira a que o comércio internacional entre as economias ali presentes, seja “mais profíquo”. “A nossa preocupação é de estabelecer parcerias entre as empresas portuguesas e as empresas internacionais aqui representadas. Estou certo que encontrarão no futuro, este diálogo e esta abertura, por forma a poderem tornar as trocas comerciais mais responsáveis”, finalizou.
Durante três dias, o XII SISAB foi palco de negócios que envolveram o que de melhor se produz em Portugal nos sectores alimentar e de bebidas.
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