O FC Porto ficou a três vitórias de revalidar o título nacional de futebol, após superar o Belenenses (3-1) no Estádio do Dragão, em triunfo justo na 26ª jornada da Superliga.
A quatro jornadas do fim do campeonato, o campeão colocou maior pressão no Sporting e Benfica que se defrontam na próxima ronda na Luz, enquanto o Belenenses, que vinha de cinco triunfos seguidos e sete jogos sem derrotas no campeonato, vai manter o quarto lugar. Os "dragões", que viram os seus seis futebolistas no limite da exclusão por cartões amarelos passar incólumes para a complicada visita ao Boavista, foram quase sempre a melhor equipa em campo, frente a um adversário de duas caras, meia parte a ver jogar.
O Belenenses foi voluntarioso mas teve de ceder ante o melhor futebol do seu adversário, quebrando uma série de cinco jogos consecutivos a ganhar.
A equipa do Restelo demonstrou em campo um visível cansaço depois dos 120 minutos de Taça de Portugal frente ao Sporting Braga três dias apenas de ter ido jogar ao Dragão.
Adriano, aos nove minutos (nono golo no campeonato), e Lucho Gonzalez, em período de compensação (oitavo), marcaram para a formação anfitriã na primeira parte, que foi para intervalo com uma clara vantagem de 2-0. Reagiu o Belenenses e reduziu para 2-1, por Nivaldo, aos 50 minutos, mas o bom futebol que produziu não chegou e foi mesmo a equipa da casa a ampliar de novo, a quatro minutos do fim, por Bruno Alves.
Refira-se ainda que durante o encontro a equipa do Belenenses apanhou um grande susto quando o guarda-redes Marco Gonçalves chegou a estar inconsciente após choque com Hélder Postiga.
O guarda-redes foi retirado do local em maca e com a cabeça imobilizada, debaixo dos aplausos dos 44.728 espectadores presentes no recinto que temeram pela saúde de Marco. No hospital os médicos referiram que o jogador tinha contraído um traumatismo cranio-encefálico e cervical e que a situação
não era grave, tendo o guarda-redes viajado para Lisboa já sem a protecção cervical que lhe foi colocada após o choque.
Um "hat-trick" de Alecsandro marcou a sétima vitória consecutiva do Sporting na Superliga, frente à Naval 1º de Maio, em Alvalade, por 4-0, com os "leões" a manterem-se a quatro pontos do líder FC Porto e com mais dois que o Benfica, na 26ª jornada. O Sporting entrou em campo consciente de que não podia ceder pontos, tanto para o líder (FC Porto), como para o terceiro classificado (Benfica), após as vitórias de "dragões" e "águias" na ronda, e procurou marcar cedo, até porque na próxima jornada vai precisamente à Luz.
Alecsandro aproveitou de melhor forma a aposta do técnico Paulo Bento, que deixou Djaló de início no banco, fazendo três golos que o deixaram na qualidade de segundo melhor artilheiro do Sporting, com sete, a três de Liedson e com mais dois que Nani.
O avançado brasileiro esteve endiabrado e criou a primeira ocasião de perigo, logo aos quatro minutos, quando, na passada, atirou a base do poste esquerdo da baliza de Taborda. Apenas sete minutos depois, Alecsandro inaugurou o marcador num lance "esquisito", com Nani a cruzar, o guarda-redes Taborda a fiar-se no golpe de vista e a ver a bola passar, tal como o central Fernando, com o esférico a embater caprichosamente no poste e a sobrar para o brasileiro cabecear. A estrutura defensiva da Naval desmoronou-se e não tardou o segundo golo do Sporting, aos 14 minutos, novamente por Alecsandro, numa oportuna recarga a uma primeira defesa incompleta de Taborda a um remate de Liedson, no seguimento de um pontapé de canto.
Já na segunda-parte e com o resultado controlado o treinador Paulo Bento lembrou-se do jogo com o Benfica e tirou Polga e Liedson, jogadores "tapados" com quatro cartões amarelos, e fez entrar Tonel e Djaló. Aos 81 minutos mais um golo de Alecssandro: Abel serviu o brasileiro que com um golpe de calcanhar colocou a bola no fundo das redes da Naval.
Nos derradeiros momentos do encontro, Paulão carregou Djaló na área de maior rigor, de forma completamente desnecessária, obrigando o árbitro Elmano Santos a apontar para a marcar de grande- penalidade. Chamado a converter, Moutinho assinou o terceiro golo na Superiga esta época.
O Benfica regressou aos triunfos ao derrotar o Marítimo, no Funchal, por 3-0, depois de três empates seguidos que comprometeram a luta pelo título. Com um "bis" do italiano Miccoli (55 e 79 minutos) e uma grande penalidade aos 97 minutos, transformada em golo pelo grego Katsouranis, o Benfica subiu provisoriamente ao segundo posto, a torcer por deslizes do líder FC Porto e do Sporting, a uma semana da importante recepção aos "leões". Cinco jogos depois, incluindo um empate e uma derrota nos quartos de final da Taça UEFA, o regresso às vitórias saiu dos pés do pequeno avançado italiano, que acabou com duas partidas de jejum de golos (0-0 com Sporting de Braga e Espanyol de Barcelona) e passou a ser o segundo melhor marcador da equipa, com sete tentos, contra os 11 do lesionado Simão, líder dos "artilheiros". Apesar de uma primeira parte em branco, o ascendente do Benfica teve resultados logo aos 55 minutos. Na sequência de uma recuperação de bola, Rui Costa lançou Katsouranis e o médio grego fez assistência para o primeiro golo de Miccoli, que bateu Marcos sem oposição. Com naturalidade e Rui Costa de novo no lance, a equipa lisboeta chegou ao segundo golo, aos 79 minutos. Um passe do número 10 deixou Miccoli em posição privilegiada na área e o italiano não desperdiçou. Já em período de compensação, o árbitro assinalou uma grande penalidade por falta sobre Manú e Katsouranis elevou o marcador para 3-0.