QUEIROZ E MELO – O CIRURGIÃO DAS MÃOS DE OURO
AS POUCAS CAMAS DISPONÍVEIS NÃO PERMITEM FAZER MAIS TRANSPLANTES
Muito embora a sua vida profissional como médico e investigador seja bastante rica e diversificada, foi o primeiro médico em Portugal a fazer um transplante de coração que ficará a marcar para sempre a sua carreira de cirurgião. O próprio reconhece que um transplante de coração é “uma operação radical mas tecnicamente simples”… Seja como for ficará para sempre conhecido como o nosso cirurgião “das mãos de ouro” e por isso fomos entrevistá-lo ao Hospital de Santa Cruz, para conhecer o que de fantástico vai sendo feito em Portugal por portugueses no domínio da cirurgia cardiovascular.
Professor Doutor João Manuel Godinho de Queiroz e Melo, nascido a 14 de Abril de 1945, em Tomar, é licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Em 1974, depois de uma passagem em regime de Internato em Cirurgia Geral, tanto nos Hospitais Civis de Lisboa como nos Hospitais Civil e Militar de Bissau, na Guiné, que completa a especialidade em Cirurgia Geral e a vê reconhecida pela Ordem dos Médicos.
Inicia a sua carreira no campo da cirurgia cardiotorácica durante o seu internato no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, mas é pela experiência que adquire como assistente no Hospital Nacional do Coração, em Londres, como Assistente em Cirurgia Cardiopulmonar, na Universidade de Oregon, no Centro de Ciências da Saúde, e como Chefe de Serviço em Cirurgia Cardiovascular, no Hospital Infantil, na Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, que adquire o knowhow que vai proporcionar a este cirurgião fazer parte da primeira equipa vocacionada para esta especialidade em Portugal, como Chefe de Serviço de Cirurgia Cardiotorácica, do Hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
“O Dr Machado Macedo, um médico estabelecido, na altura, chamou-me a mim e ao Dr Jorge Seabra para fazermos parte da sua equipa. Eu para a área da cirurgia cardiotorácica e o Dr Jorge Seabra para a área da cardiologia. Era preciso preencher a grande lacuna que existia no momento nestas especialidades e nós pudemos fazê-lo nas melhores condições.”
O Dr Machado Macedo, o então Director desta equipa que “graças à sua abertura de espírito e à sua capacidade de trabalho nos deu, naquela altura, a hipótese de trabalharmos e desenvolvermos os nossos conhecimentos sem freios nem restrições”. Atitude que, ainda hoje, o Professor Queiroz e Melo admira e que o acompanha.
Um sentimento que não esconde mesmo porque mantém, no seu escritório, onde simpaticamente nos concedeu esta entrevista, uma escultura deste homem que abriu portas a uma nova postura no campo da medicina, muito arrojado para a altura, proporcionando a estes especialistas a alternativa de poderem pôr em prática os seus conhecimentos. É com orgulho que o Professor nos fala do Dr Machado Macedo e nos mostra o seu retrato colocado por detrás da sua secretária como se estivesse a observar o seu trabalho, como o responsável pela possibilidade que concedeu a este cirurgião de poder desenvolver o seu knowhow, na especialidade que abraçou, e no seu país.
Uma pessoa reservada, que não nos revela os seus sentimentos de uma forma imediata mas que através das suas palavras cheias de mensagens nos faz perceber que a medicina para si é uma missão que desempenha com toda a dignidade e sempre no alcance de mais valias para as pesquisas que desenvolve de forma a obter melhores resultados no tratamento das pessoas “que insistem em fazer mal a elas próprias, através da vida que levam, sem regras e descuidada.”
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