Na continuação da nossa viagem e uam vez chegados de Lisboa a Beja, pela Funcheira, vamos iniciar a nossa viagem de regresso a Lisboa. Porém um dia é suficiente para ainda de comboio dar um saltinho a Évora e daí em rápido "Intercidades" em duas horas estarmos no centro de Lisboa. Assim ficámos a conhecer as prinicpais linhas e unicas que servem estas duas importantes cidades do médio e baixo alentejo, ao contrário de outros tempos em que de comboio se podia ir a Reguengos de Monsaraz, Mora, Estremoz, Borba, Castelo de Vide, Mourão…
Da estação de Beja, a dois passos da cidade o viajante pelo caminho de ferro, tanto pode ir até à Funcheira (percurso já descrito em edição anterior) como ir pra Lisboa, por Vendas Novas ( linha servida diariamente pelos Intercidades e regionais) como ir até Évora, mudando em Casa Branca.
Partimos de Beja na automotora que nos vai levar mais uma vez pelo interior da planície alentejana, passamos a estações como Cuba, Alvito, Vila Nova da Baronia e Casa Branca, percurso que se faz em menos de uma hora. Em Casa Branca o comboio vai à estação e ou inverte a máquina em caso de composições de máquina motora e carruagens, ou muda o maquinista, em composições bidericionais, já que a linha para Evora de poucos quilómetros e completamente renovada, é como se diz na gíria um ramal. Completamente renovada esta linha, permite excelentes velocidades e em poucos minutos o comboio chega a Evora. De Evora todos os dias partem e chegam rápidos Intercidades para Lisboa e em tempos daqui podia-se viajar, até Mora, Reguengos de Monsaraz, Estremoz, Borba e Castelo de Vide, toços de linha hoje encerrados, sendo nesses tempos, Évora um importante centro ferroviário.
Evora erguida em plena planície alentejana, guarda vestígios que vão do romano ao renascentista. Imponente, mas graciosa, foi classificada pela UNESCO como Cidade Património da Humanidade. Partir à descoberta de Évora a bordo de uma pitoresca automotora revela-se, no mínimo, uma experiência surpreendente.
O percurso fez-se a partir da Estação de Casa Branca, e tem a duração de cerca de trinta minutos com paisagens douradas, pontilhadas aqui e acolá pelo verde de olivais. Um sossego como o que só se encontra em plena planície alentejana – o prelúdio mais que perfeito para uma incursão na outrora cidade favorita do Infante D. Henrique, actualmente classificada Património da Humanidade.
Évora é uma cidade pacata, com as suas ruazinhas caiadas frequentadas por um vaivém de turistas, de rostos em ponto de exclamação. Em tempos um importante reduto romano, visigodo, e mouro, foi igualmente sede das cortes portuguesas. Desses tempos áureos guarda um espólio arquitectónico notável e uma dinâmica tradição cultural, invulgar em terras do Alentejo, para a qual tem contribuído a recente, mas muito activa, Universidade.
Cultura e gastronomia
Mais abaixo, na Rua dos Duques de Cadaval, surge a secular Universidade de Évora, fundada pelo cardeal-infante D. Henrique em 1559, e onde se formaram algumas das mais influentes figuras do país. Foi encerrada com a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal e só voltou a funcionar em 1973, pela mão do então Ministro da Educação de Marcelo Caetano, Veiga Simão. Preserva desses tempos a Sala dos Actos, o claustro monumental, e uma igreja do século XVI, de planta maneirista.
Se a coragem não lhe faltar, visite, ainda, a peculiar Igreja de S. Francisco. No interior contém a Capela dos Ossos, totalmente revestida de ossadas humanas. Integra um belíssimo conjunto gótico-manuelino e diz-se que Gil Vicente se encontra aí sepultado.
Após tão original visão, sugere-se o regresso à Praça do Giraldo para degustar as célebres queijadas de Évora ou experimentar a gastronomia regional, variada e suculenta. Migas, açorda, ensopado de borrego, carne de porco à alentejana e doces conventuais são algumas das especialidades servidas na maioria dos restaurantes, regadas, como não podia deixar de ser, por bons vinhos alentejanos.
Percorrida a Rua da República, a partir da Estação dos Caminhos-de-Ferro, há que ir ao encontro do coração de Évora – a Praça do Giraldo. A designação deve-se a Geraldo Geraldes, ou Geraldo Sem Pavor, o conquistador da região aos Mouros, no séc. XII.
As esplanadas do largo, ponto de encontro entre os locais e de descanso para os visitantes, encontram-se rodeadas por admiráveis edifícios civis – alguns dos quais com arcos medievais -, pela Igreja de Santo Antão e por uma fonte henriquina. É aqui que confluem todas as ruas estreitas da cidade. Por isso é só eleger, após alguns instantes de contemplação, qual a direcção a tomar!
A Catedral de Santa Maria será, provavelmente, uma das primeiras escolhas. Tomando a Rua 5 de Outubro, em menos de cinco minutos avista-se a maior Catedral de Portugal. Edificada no séc. XIII, em estilo romano-gótico, aloja um museu com várias peças de arte sacra. Destacam-se a ‘'Adoração dos Magos'' pintada por Francisco Campos e a escultura ‘'Virgem com o Menino'' (sec. XIV).
Em redor encontram-se vários monumentos assinaláveis. A Biblioteca Pública, a Casa do Cadaval e o antigo Convento dos Lóios, logo à esquerda, abrem caminho para o célebre Templo de Diana, o ex-libris da cidade. Erguido entre os séculos I e III, possui colunas coríntias, sendo um monumento único no género em Portugal.