Pai e Filho partilham a mesma paixão

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A poucos dias da alternativa do já famoso cavaleiro João Moura Júnior, o "Emigrante/Mundo Português" foi à Quinta de Santo António ver e perceber como é o quotidiano destes cavaleiros.  João Moura e João Moura Júnior, pai e filho, duas gerações que, a uma determinada altura, se unem e que se prolongam no futuro.  Difícil seria falar de um sem mencionar o outro mesmo porque nenhum dos dois o permitiria.  Com um percurso idêntico, ligado à vida equestre, pai e filho têm muita cumplicidade e todos os dias treinam juntos, três ou quatro vezes ao dia

Parabéns João Moura

No dia em que João Moura festejava quarenta e sete anos de idade o "Emigrante/Mundo Português" foi entrevistar o cavaleiro, um dos mais conceituados portugueses na arte do toureio a cavalo.

Monta um cavalo, pela primeira vez, quando tinha seis anos e começa a tourear em Madrid aos dezasseis.  João Moura não perde uma oportunidade para nos falar do seu filho, João Moura Júnior, e diz-nos, "temos mais ou menos as mesmas características.  O meu filho está com um bom nível e penso que vai correr tudo bem."  Com um considerável palmarés de touradas, este cavaleiro já correu as praças do mundo onde se pratica esta modalidade.  Passou por França, Colômbia, México e, neste momento, faz, em média, vinte a trinta corridas, por ano, em Espanha, e igual número em Portugal.

"O meu filho faz mais corridas em Espanha do que eu."

Na Quinta de Santo António, no Concelho de Monforte, uma quinta que João Moura afirma com orgulho ter comprado com o seu trabalho, emprega dez pessoas que, diariamente, tratam dos cavalos da sua quadra (nome que se dá ao grupo de cavalos de um cavaleiro), com doze cavalos e da do seu filho, com dez cavalos.  Um espaço seu onde pode ter os animais e onde pode trabalhar todos os dias.

Como resposta à pergunta se alguma vez tinha dado aulas, João Moura refere Paulo Hermoso, um espanhol que vai integrar o cartel no dia da alternativa de João Moura Júnior, e o próprio.  "Foi só a eles que mais ensinei aquilo que sabia."

Os outros filhos, o Miguel e a Rita, "também gostam de cavalos mas não como o João, não são aficionados como ele.  Eu e o meu filho, aproveitamos todos os momentos para treinar."

Com uma carreira feita em Portugal, João Moura iniciou-se nas lides do toureio a cavalo em Espanha e noutros países do estrangeiro e foi lá fora que se tornou famoso.  "Fiz mais carreira no estrangeiro do que em Portugal."

Para João Moura "a reabertura do Campo Pequeno deu mais alma a este tema.  Com mais corridas, com mais nível, tudo se está a compôr."

Numa perspectiva de futuro diz que pretende continuar por mais dois ou três anos, "até quando a carreira do meu filho estiver no auge.  Ele já está bem mas quando estiver mais confirmado pretendo deixar as lides mas ficarei sempre ligado àquilo que gosto e vou ajudar o meu filho naquilo que for preciso."

João Moura Júnior

O jovem cavaleiro João Moura Júnior apresenta a sua alternativa no próximo dia três de Maio, na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa

O Pequeno Moura que subiu para um cavalo pela primeira vez com quatro anos de idade, inicia-se no toureio com sete anos e apresenta-se em público com a idade de oito anos.  "Tudo o que sou devo a meu pai", afirma João Moura Júnior quando o abordamos para uma conversa sobre a sua paixão e, dentro de pouco tempo, profissão, o toureio a cavalo.

Agora com dezoito anos já pode fazer a alternativa porque já passou pelas outras fases que dão acesso a esta.  Primeiro cavaleiro amador, de seguida cavaleiro praticante e finalmente a categoria de cavaleiro profissional a última etapa onde só se pode chegar com a alternativa.

"Desde pequenino que isto tem sido a minha vida e é isto que eu quero". 

Com sessenta e quatro corridas realizadas em 2006, sessenta das quais tiveram lugar em Espanha e só quatro em Portugal, para 2007 não haverá grandes alterações no que diz respeito a Espanha mas, em Portugal, fará o dobro de corridas.

Quanto à sua remuneração não se queixa.  Em Portugal recebe mais mas tem mais trabalho em Espanha.  Ciente de que tem ainda um longo caminho a percorrer, Moura Júnior sabe que só com muita prática pode aperfeiçoar as suas performances no toureio a cavalo.  Confessa que ainda não toureou em todas as praças portuguesas e enumera aquelas onde já desafiou touros.  "Na Figueira da Foz, na Moita, na Póvoa de Varzim, em Lisboa e na Praça de Touros do Montijo."  O sonho, aquilo a que todos os cavaleiros aspiram, será realizado no próximo dia três de Maio, na arena do Campo Pequeno, "a melhor praça de Portugal e, talvez, do mundo, tirando Madrid e a Praça do México.  A Praça do Campo Pequeno está magnífica e para além de tudo isto vou poder fazer alternativa com um cartel também por mim sonhado que conta com o meu pai que foi e continuará a ser sempre, o meu grande mestre, e Paulo Hermoso de Mendoza, um cavaleiro espanhol, que é, neste momento, o número um do toureio a cavalo."

Em Espanha já toureou em Madrid, Sevilha, Bilbao, San Sebastián, Barcelona, "em todas as melhores praças de Espanha."  Este ano pensa pisar as arenas do México.  "Ainda não tenho confirmação mas parece-me muito provável que isso venha a acontecer."

José Coutinho, o seu apoderado (empresário dos cavaleiros), espanhol, trata dos seus contratos tanto para Espanha como para Portugal e é partilhado com o pai para o mercado espanhol.  "Mas o apoderado do meu pai aqui em Portugal é Abel Correia."

Com uma profissão que vai abraçar para a vida, ficou já entre nós combinado que um dia voltaremos para entrevistar o seu filho.  "Isso é que era bom, responde João Moura Júnior com um sorriso." "A ajuda do meu pai tem sido fundamental para mim.  Tudo o que tenho e tudo o que sei é graças a ele.  Se não fosse o meu pai não sabia o que sei.  Todos os dias, de manhã, à tarde e, se for preciso, à noite, treinamos.  Para podermos ser alguém temos que ser assim.  E como é isto que eu quero tenho que trabalhar todos os dias."

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