Pelas «montanhas» de Paredes de Coura

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Elaborado pelos serviços de turismo da autarquia de Paredes de Coura, «Travessia do Alto Coura» é um itinerário de lazer que visa dotar o município de condições para o desenvolvimento do ecoturismo e turismo de montanha, dando a conhecer o rico património natural, construído e humano do concelho.

O percurso pode ser iniciado em qualquer ponto, já que é um trajecto circular. No entanto, a autarquia sugere que se inicie junto à antiga escola primária do Lugar de Venade, em Ferreira. Dali, segue pelo caminho Municipal até ao cruzamento para virar à esquerda em direcção a Reirigo (Formariz), atravessando este povoado em direcção a Porreiras. Atravesse a aldeia em direcção à Eira Comunitária. Porreiras, estende-se pela encosta da serra da Boalhosa na direcção da Chã de Pipas numa área de cerca de 752 hectares, a cerca de sete quilómetros da vila de Paredes de Coura, sede do concelho. É uma das freguesias mais altas do concelho, e, por isso, dona de uma excelente panorâmica. Sabe-se que foi ocupada pelos homens desde os tempos mais antigos. Não deixe de notar os moinhos, os cursos de água e os espigueiros, feitos em granito, que se impõem na paisagem. São equipamentos trabalhados em granito, num trabalho de arte cujas  marcas ainda estão visíveis nos dias actuais. 

Na comunidade de Insalde

Siga uma estrada florestal em direcção ao Posto de Vigia de Lagoas, a 782 metros de altitude, passando pelas Bouças do Porto Rabel. Ao alcançar esse posto, contorna-o, dirigindo-se ao marco geodésico de Cárdio, a 745 metros de altitude. É um percurso de grande beleza paisagística, com amplas vistas panorâmicas sobre os Vales do Coura e do Minho.

Percorrendo a linha de cumeada, alcança a Cooperativa Agrícola da Boulhosa, os vastos campos e frondosos bosques. Já no cruzamento, siga, por escassos metros pela estrada alcatroada para, logo depois, virar à direita por um caminho que se abre por entre o denso carvalhal. À medida que prossegue, pode observar a diversidade de flora e fauna.

Passado algum tempo, chega à comunidade de montanha de Insalde, para admirar as suas pastagens e campos de cultivo, em forma de socalcos. Disposta em anfiteatro na vertente meridional da serra da Boalhosa, Insalde é também uma das freguesias mais altas do concelho. As suas terras férteis, alimentadas por muitos riachos e ribeiros, estendem-se pelos vários lugares que compõem a freguesia. As Inquirições de D. Afonso III chamavam-lhe «Ansalde», e o foral que D.Manuel I concede em 1515, dá-lhe o nome de «Ensalde». É uma das mais ricas povoações do concelho, abundante em cereis, gado, madeiras e lenhas de carvalho e nos seus pauis colhe-se o aromático feno.

Depois de visitar esta aldeia pastoril, siga caminho em direcção ao Vale Escuro. Porém, antes terá de atravessar a estrada nacional 301 para depois seguir a estrada florestal que contorna o Vale, ao longo de uma vasta mancha de pinheiro bravo. Depois de cruzar o Monte de Pedras Bolidas, alcança a bucólica aldeia de Parada. Lugar onde a paisagem deslumbra, Parada é possuidora de privilégios concedidos pela natureza, que a tornam uma terra paradisíaca. Os aspectos rurais do seu ambiente natural, com o serpentear do rio Coura e seus afluentes compõem o cenário.

Siga depois a Ribeira de Reiriz para montante, em direcção à Colónia Agrícola de Lamas, onde poder observar uns montículos, no interior das pastagens. Estes montículos são na verdade, lugares de enterramento fúnebre denominados «mamoas». São túmulos de terra que cobrem uma câmara funerária formada por várias lajes. O seu conjunto constitui o Núcleo Megalítico de Chã de Lamas. Aí, aproveitando para fazer uma pequena pausa, visite o CEIA – Centro de Educação e Interpretação Ambiental.

Santuário verde

Depois de descansar, retoma a travessia em direcção ao Corno do Bico. A Paisagem Protegida do Corno de Bico é um pequeno santuário natural situado no limite sudoeste do concelho de Paredes de Coura. Abrange, total ou parcialmente, as freguesias de Bico, Castanheira, Cristelo, Parada e Vascões, na área de 2174,6 hectares, dos quais 25 por cento são matas formadas por carvalhos e outras árvores. A frondosa mata de carvalhos de diferentes espécies foi plantada a partir dos anos 40 do século XX. O branco e o cinzento granítico das aldeias e lugares, está harmoniosamente integrado na paisagem e contrasta com os variados tons de verde, pelas encostas em socalcos que se estendem até aos ribeiros de águas transparentes.    

O trajecto pelo carvalhal decorre com facilidade, ao longo dos cerca de doze quilómetros. Este itinerário leva ao coração da área protegida. A estrada florestal desemboca na estrada nacional 306 que une Paredes de Coura a Ponte de Lima. Atravesse-a e siga a estrada florestal da Travanca para, tomar um caminho florestal que conduzirá ao lugar de Lisouros, da freguesia de Cunha. Dali, continue para o Monte da Assureira, onde toma um caminho que levará ao lugar da Cumieira, na freguesia de Resende. Depois, desça ao lugar de Maceira para desembocamos junto à velha fábrica de lacticínios de Miguel Dantas. Ali se fizeram os ensaios e se produziu o primeiro queijo tipo flamengo, em Portugal.

Cruzando o rio Coura pela ponte centenária, continua em direcção ao Palacete de Mantelães, onde residiu o benfeitor Conselheiro Miguel Dantas. Prossegue direcção ao lugar de Burgo, para tomar um caminho a norte, em direcção ao Monte de Além, e dirigir-se para nascente em direcção à Giesteira, da freguesia de Formariz. Pouco depois, vira à esquerda por um caminho que conduzirá, por entre o denso arvoredo, até ao lugar de Venade, Ferreira, a confrontar com a freguesia de Porreiras, onde iniciou esta Travessia do Alto Coura.

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