A Fundação Castro Alves realiza junto dos séniores do concelho, ateliês de cerâmica e pintura artística que ajudam a maximizar a independência e a preservar a sua autoconfiança
Através do seu ‘Programa de Envelhecimento Ativo’, a Fundação Castro Alves disponibiliza ateliês de cerâmica e pintura artística a mais de 400 séniores do concelho de Vila Nova de Famalicão.
O caráter “inequivocamente inovador” levou a autarquia a escolhê-lo como ponto de partida da jornada do ‘Roteiro pela Inovação’, que aconteceu a 10 de novembro. Através desta iniciativa, o autarca Paulo Cunha dá a conhecer “as ideias e projetos com caráter de novidade, de empreendedorismo e de diferenciação desenvolvidos no concelho pelas mais variadas instituições, empresas e cidadãos”, informa uma nota divulgada pela autarquia.
Foram duas as razões que levaram Paulo Cunha, que se fez acompanhar pelo vereador da Economia, Empreendedorismo e Inovação, Augusto Lima, a evidenciar o ‘Programa de Envelhecimento Ativo’ da Fundação Castro Alves. Por um lado, demonstrar que a inovação não é exclusiva das empresas, e por outro assinalar que a inovação não tem idade “e que pode estar presente nas várias faixas etárias”.
“Ao contrário do que muitos possam pensar, os nossos seniores são um verdadeiro ativo social. Podem inovar, podem ser criativos, podem acrescentar valor e a Fundação Castro Alves percebeu isso muito bem, levando avante um programa que os estimula cognitivamente, que os realiza e que é um bom exemplo de Inovação Social”, disse Paulo Cunha.
Independência e autoconfiança
António Sá, de 87 anos, é um dos utentes deste programa que lhe permitem ir fazendo “algumas brincadeiras”. Utente do Centro Social e Paroquial de Vale São Cosme, é um dos mais de 400 seniores famalicenses que dão largas à imaginação nos ateliês de cerâmica e pintura artística que a Fundação Castro Alves promove em mais de duas dezenas de instituições do concelho. António Sá diz que através da sua participação neste projeto já fez e pintou a imagem da Sagrada Família e está agora a começar a fazer a imagem de Santo António inspirado no nome do irmão.
Maximizar a independência e preservar a autoconfiança dos seniores famalicenses são, de acordo com o diretor da Fundação, Bruno Pereira, os principais objetivos do projeto, que realiza mais de uma centena de ateliês por ano e que já valeu à Fundação Castro Alves o reconhecimento municipal através da atribuição do selo ‘Famalicão Visão 25’. “Para nós é muito importante que hoje possamos contribuir para a melhoria da qualidade de vida de mais de 400 seniores”, referiu ainda Bruno Pereira, que não escondeu o objetivo de alargar este “programa de sucesso” a muitos mais seniores que não estão institucionalizados.
A Fundação Castro Alves foi fundada em 1991 pela mão de Manuel Maria Castro Alves (1935-1998), como sequência e enquadramento jurídico para a obra educativa, artística e cultural, iniciada em 1971 através da criação do então Centro de Arte e Cultura Popular de S. Pedro de Bairro.
Ana Grácio Pinto