A Cimeira decorre no Centro Champalimaud, em Lisboa, e conta com a presença dos maiores especialistas internacionais em doenças neurodegenerativas. Richard Axel e John O’Keefe, ambos Nobel da Medicina, António Damásio, Prémio Príncipe das Astúrias para Investigação 2005, e Vladimir Hachinsky, especialista internacional em demência, são alguns dos participantes. Rainha Sofia de Espanha e Leonor Beleza presidem esta cimeira internacional.
Até 22 de setembro, mais de 80 especialistas em investigação e cuidados de saúde no campo do Alzheimer e de outras doenças neurodegenerativas estão reunidos no ‘Alzheimer’s Global Summit’, que decorre desde o dia 18 no Centro Champalimaud. A crise global da demência afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo, e de forma crescente.
O encontro científico é presidido por Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud e a Rainha Sofía de Espanha, presidente da fundação que tem o seu nome e que comemora o 40º aniversário este ano. “O encontro tem como objetivo discutir e partilhar os recentes progressos em duas áreas distintas, mas complementares: a da intervenção terapêutica e a área de investigação sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Huntington e Parkinson”, informa uma nota divulgada pela organização. Para cada tópico de discussão há um programa de palestras e apresentações dentro de uma perspetiva translacional e integrada de investigação e tratamento.
A cimeira reúne cientistas de renome mundial de mais de 20 países. Richard Axel e John O’Keefe, que receberam o Prémio Nobel da Medicina em 2004 e 2014, farão intervenções sobre neurologia e genoma (Axel) e redes de cérebro essenciais para a construção de memórias (O’Keefe). O neurologista António Damásio, Prémio Príncipe das Astúrias para Investigação 2005, e Rui Costa, investigador Principal do Centro Champalimaud especialista em neurobiologia da ação e do movimento, serão outros oradores em destaque.
Na área da intervenção terapêutica, Mercè Boada, fundadora e diretora médica da ACE Foundation em Barcelona e especialista em diagnóstico precoce de AD, e Pablo Martínez Lage, diretor de neurologia da Fundação CITA, confirmaram sua participação. Takanori Shibata, especialista em inteligência artificial aplicada ao tratamento de condições neurodegenerativas, e Vladimir Hachinski, professor da Universidade de Western Ontario e uma das principais autoridades mundiais em demências, serão os oradores principais.
Problema de consequências sociais e económicas
As doenças neurodegenerativas são cada vez mais um problema com elevadas consequências económicas e sociais em países em que a população está a envelhecer. Esta cimeira assinala a colaboração estreita entre instituições e cientistas de Portugal e Espanha, pretendendo promover uma política europeia conjunta de investigação e tratamento dessas patologias.
Nesse sentido, um dos momentos altos da Cimeira será a apresentação por Bryan Strange, investigador do Projeto Vallecas da Fundação Reina Sofía e da Fundação CIEN, do ‘Cérebro Vallecas’, um estudo que reúne os últimos avanços em deteção precoce e terapias de apoio.
“O ‘Cérebro Vallecas’ é um modelo virtual do cérebro que consiste em imagens de ressonância magnética de mais de 1000 cérebros saudáveis, de participantes voluntários no projeto, sem demência, com idades entre os 70 e os 85 anos. O modelo serve como um elemento de comparação com as ressonâncias magnéticas individuais permitindo assim identificar anomalidades precoces do início da doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas”, explica a mesma nota.
Para além das fundações Champalimaud e Rainha Sofía, participam na organização do encontro a Fundação CIEN Espanhola (Centro de Pesquisa em Doenças Neurológicas), a CRE Alzheimer (Centro de Referência Estadual para o Cuidado de Pessoas com Doença de Alzheimer e outras Demências, do Ministério da Saúde, Social Serviços e Igualdade de Espanha), e CIBERNED (Centro de Rede de Pesquisa Biomédica em Doenças Neurodegenerativas).
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